As autoridades russas mantêm um silêncio absoluto sobre a identidade e as motivações de um homem que atacou na quinta-feira a sede dos serviços secretos e matou um agente, antes de ser “neutralizado” pelas forças de segurança.
O Serviço Federal de Segurança (FSB), alvo do ataque por parte de um homem armado, e o Comité de Investigação da Rússia, apenas confirmaram a ação e o balanço, sem revelar qualquer detalhe, avançou a agência France-Presse.
Um agente do FSB morreu e cinco pessoas ficaram feridas por tiros disparados pelo agressor perto da sede desta instituição em Moscovo. Pouco depois, as forças de segurança mataram o atirador. O tiroteio aconteceu nas proximidades da praça Lubianka emMoscovo, onde fica o imponente edifício que abriga o FSB, instituição herdeira da KGB.
As autoridades não divulgaram informações sobre motivações do agressor e anunciaram apenas a abertura de uma investigação por “atentado contra a vida de um agente das forças de segurança”.
O ataque aconteceu na data em que a Rússia celebrava, como acontece todos os anos, o dia dos agentes de contraespionagem militar. Em 20 de dezembro, o país celebra os agentes dos serviços de segurança.
O incidente aconteceu poucas horas após a tradicional conferência de imprensa de fim de ano do Presidente Vladimir Putin, ex-agente da KGB e diretor do FSB entre 1998 e 1999, antes de assumir pela primeira vez a liderança do Estado. O ataque ocorreu no centro de Moscovo, a 10 minutos a pé da Praça Vermelha e do Kremlin, sede da presidência.
Vários meios de comunicação russos, assim como a plataforma Telegram, identificaram o agressor como um homem de 39 anos, com nome de origem eslava e residente em Podolsk, a 40 quilómetros da capital.
Os jornais falam em operações durante a noite na residência do agressor e informaram que a polícia encontrou armas registadas em seu nome. De acordo com algumas publicações, este praticava tiro esportivo.
O Komsomolskaya Pravda, que cita a mãe do suspeito, afirmou que este trabalhou para empresas de segurança, mas perdeu o emprego há pouco tempo. A mulher mencionou “conversas nos últimos meses com árabes”. “Eu não entendia nada, falavam em inglês”, indicou ainda.
Nos anos 2000, a Rússia foi cenário de vários atentados, ligados à guerra da Chechénia contra os separatistas e, na sequência, à rebelião islamita no Cáucaso do Norte. Em 2010, um duplo atentado suicida aconteceu no metro de Moscovo. Uma das explosões ocorreu na estação de metro Lubianka, próximo da sede da FSB.