Icónico “mauzão” de Hollywood teve uma paragem cardíaca aos 67 anos, na sua casa, em Malibu. O ator secundário que todos reconhecíamos dizia ter nascido na época errada.
O ator Michael Madsen, mais conhecido pelos icónicos papéis nos filmes de Quentin Tarantino, Reservoir Dogs e Kill Bill, morreu na manhã desta quinta-feira, aos 67 anos, na sua casa em Malibu, na Califórnia.
O norte-americano sucumbiu a uma paragem cardíaca, confirmou o seu agente, Ron Smith, de acordo com o The Hollywood Reporter.
Os fãs dos nove clássicos dirigidos por Tarantino certamente lembram-se dos papéis marcantes e gratuitamente violentos interpretados por Madsen, a começar logo pelo primeiro filme do icónico realizador.
O papel em Reservoir Dogs (Cães Danados, 1992), ditou os futuros papéis do “psicopata”, com a clássica tortura de um polícia ao som de um “supersound dos 70s”, “Stuck in the Middle With You”, dos Stealers Wheel, que tocava enquanto o agente da autoridade perdia a orelha às mãos de Mr. Blonde.
Madsen, nascido em Chicago em 1957, foi mecânico e paramédico antes de se tornar um ícone com mais de 340 créditos em cinema e televisão. Do início dos anos 1980 para cá, trabalhou em Hollywood ao lado de Johnny Depp e Al Pacino em Donnie Brasco (1997), filme em que interpretou o mafioso Sonny e participou em clássicos como Thelma & Louise (1991), The Doors (1991), Free Willy (Libertem Willy, 1993), Mulholland Falls (1996) e Sin City (A Cidade do Pecado, 2005).
Como protagonista, encarnou um pugilista irlandês em fim de carreira, em Strength and Honor (2007). Mas foi com Tarantino, com quem voltou a trabalhar várias vezes depois de Reservoir Dogs — em Kill Bill Vol.2 (2004), em The Hateful Eight (Os Oito Odiados, 2015) e em Once Upon a Time in Hollywood (Era Uma Vez em… Hollywood, 2019) — que o carisma do ator veio ao de cima.
No papel de Budd, acumulou momentos memoráveis no Grande Ecrã, ao lado de Uma Thurman, Daryl Hannah e do também falecido, em 2009, David Carradine.
Michael Madsen podia até ter sido Vincent Vega no filme de culto de Quentin, Pulp Fiction, mas recusou o papel, por estar já comprometido com Wyatt Earp de Lawrence Kasdan. O próprio, vítima de typecasting desde Mr. Blonde, reconhecia que as pessoas o viam nas ruas como um vilão: “têm medo de mim, mas não sou aquele tipo”, lamentou em 2008.
“Talvez tenha nascido na época errada“, disse ao The Guardian, há 21 anos. “Sou uma espécie de regresso aos tempos dos filmes a preto e branco. Aqueles sujeitos, naquela altura, tinham um certo tipo de franqueza. Os enredos eram demasiado simplistas — deram origem a um tipo de anti-herói que talvez me sirva melhor.”
Autor publicado graças a duas paixões paralelas — a fotografia e a poesia — e irmão da atriz Virginia Madsen, Michael Madsen, que casou três vezes e abandonou os palcos após a morte do filho, Hudson, no ano passado, deixa quatro filhos, entre os quais o ator, Christian Madsen.