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Morreu o cantor Charles Aznavour

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O cantor e compositor francês Charles Aznavour morreu na noite de domingo aos 94 anos de idade, anunciou o seu assessor de imprensa à agência francesa de notícias AFP.

Segundo a AFP, Charles Aznavour morreu no seu domicílio em Alpilles, na Provença, no sul de França.

O cantor e compositor actuou duas vezes em Portugal. A última das quais foi a 10 de Dezembro de 2016, em Lisboa, no então Meo Arena, actual Altice Arena, culminando uma digressão internacional que passara por mais de uma dezena de cidades.

Aznavour tinha já actuado em Portugal em 2008, ano em que foi distinguido com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.

O cantor escreveu um fado para Amália Rodrigues, “Aïe mourir pour toi”, depois de ter confessado que sentia uma profunda admiração e amizade pela fadista portuguesa.

Em 2007, gravou com a cabo-verdiana Mayra Andrade a canção “Je danse avec l’amour”.

Aznavour é apontado pela imprensa como uma “lenda viva da ‘chanson française’” e há quem o defina como o Sinatra francês.

Em 2015, editou o álbum “Encores”, composto por inéditos da sua autoria, entre os quais uma homenagem a Edith Piaf e uma recriação de Nina Simone, tendo actuado, na altura, em cidades como Paris, Londres, Bruxelas e São Petersburgo, entre outras, num total de 12 concertos.

Todas as canções do álbum, à excepção de “You’ve got to learn”, foram escritas e compostas por Aznavour, que fez os arranjos para a sua voz, sendo a orquestração de Jean-Pascal Beintus.

Com uma carreira de mais de 70 anos, Aznavour escreveu mais de mil canções em francês, inglês, italiano, espanhol e alemão, e vendeu mais de 180 milhões de discos, tendo partilhado o palco com cantores como Edith Piaf, Charles Trenet, Dalida e Yves Montand, entre muitos outros.

“Poucos são os franceses referenciados como influência por artistas tão díspares como Frank Sinatra ou Fred Astaire, Sting ou Elvis Costello, Bob Dylan ou Dr.Dré, magnata do ‘hip hop’, que ‘samplou’ um tema de Aznavour de 1966, ‘Parce que tu crois’”, num dos seus maiores sucessos, recordou a produtora do derradeiro espectáculo de Aznavour em Portugal.

Bryan Ferry, Elton John, Carole King, Paul Anka, Frank Sinatra, Dean Martin, Sting, Marc Almond, Herbert Gronemeyer, Simone de Oliveira e Laura Pausini são alguns dos artistas não franceses que gravaram temas de Aznavour, além de Amália Rodrigues, de quem o cantor era amigo, como afirmou em várias entrevistas.

O crítico musical Stephen Holden, da revista norte-americana Rolling Stone, descreveu Aznavour como uma “divindade pop francesa”.

Em 1998, Aznavour foi eleito “Entertainer of the century” pelos consumidores de marcas globais de media, como a CNN e a Time Online, somando 18% das preferências mundiais e superando Bob Dylan e Elvis Presley.

De origem arménia, o músico fundou a organização não-governamental Aznavour For Arménia, como resposta ao terramoto naquele país, em 1988.

Em 1997, a França reconheceu o papel do músico na história da canção francesa, distinguindo-o com o grau de Oficial da Legião de Honra.

Aznavour foi embaixador permanente da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e o Estado da Arménia concedeu-lhe, em 2008, a nacionalidade arménia.

Anteriormente, o cantor tinha recebido a Ordem da Pátria, a mais alta condecoração da antiga república soviética e uma das praças da capital, Yerevan, tem o seu nome.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. A França… um país cada vez mais triste. Já foi a cidade do amor, tão grande como Aznavour e tantos outros mas agora parece que tem cada vez mais gente como o rapper racista Nick Conrad. Se a França não acordar não sei que futuro poderá ter e que consequência terá na europa, porque inegavelmente França é um dos países importantes da UE e o que se passa lá tem reflexos cá.

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