O ilustrador francês Albert Uderzo, um dos criadores da banda desenhada de Astérix e Obélix, morreu aos 92 anos, anunciou a família, esta terça-feira, numa nota enviada à AFP.
“Albert Uderzo morreu durante o sono na sua casa, em Neuilly, de um ataque cardíaco, não relacionado com a Covid-19”, disse Bernard de Choisy, genro do desenhador. “Estava muito cansado, desde há várias semanas”.
Com a morte de Albert Uderzo, desaparecem os dois autores da famosa banda desenhada francesa, que conta já com seis décadas de existência. René Goscinny morreu em 1977.
Nascido em 25 de abril de 1927, francês e filho de pais italiano, Uderzo assinou as primeiras aventuras de Astérix, o Gaulês, com René Goscinny, em 1959. A personagem apareceu pela primeira vez em Portugal, nas páginas da revista Foguetão, no dia 4 de maio de 1961.
Em 1967, foi editado o primeiro álbum de Astérix em Portugal: “Astérix, o Gaulês”.
Em 2011, o cocriador de Astérix e Obélix, que assumira a continuação das aventuras, após a morte de Goscinny em 1977, passou o testemunho aos desenhadores Frédéric e Thierry Mébarki e ao guionista Jean-Yves Ferri.
Na altura, disse que estava “um pouco cansado”. “Os anos passaram e pesam. Decidi deixar isto a autores mais jovens, que têm talento suficiente para que as personagens sobrevivam”, disse, quando tinha 84 anos.
O jornal francês Le Monde chama a Urdezo “um monumento, em todos os sentidos das palavras”, que agora desaparece. Outro jornal francês, Le Figaro, descreve-o como um “gigante de talento monstruoso”.
As histórias sobre a pequena aldeia gaulesa rebelde, que resiste à Roma do imperador Júlio César, vendeu perto de 400 milhões de exemplares em todo o mundo e deu origem a mais de uma dezena de filmes. As histórias de Astérix e Obélix estão traduzidas em mais de 107 línguas e dialetos.