Moradia de luxo com 127 quartos descoberta na capital da Assíria

Internet Archive Book Images/Flickr

Modelo reconstruído do Palácio de Sargão em Khosrabad

Enorme ‘villa’ tem também um portão de água e outras estruturas gigantes. Foi descoberta na mais recente pesquisa magnética de Khorsabad, atual Iraque, que afinal estava mais desenvolvida do que se pensava anteriormente.

Em Khorsabad, a antiga capital assíria no norte do Iraque, foi recentemente descoberta uma enorme ‘villa’ com 127 quartos, jardins reais, um portão de água e várias estruturas gigantes.

A descoberta só foi conseguida depois da mais recente pesquisa magnética, que identificou estruturas enterradas através do mapeamento de alterações subtis no campo magnético da Terra.

A enorme moradia vem lançar luz sobre a outrora próspera paisagem urbana da cidade. Fundada em 713 a.C. pelo imperador neo-assírio Sargão II, Khorsabad, originalmente conhecida como Dur Xarruquim (“Fortaleza de Sargão“), pretendia ser uma grande capital. No entanto, a morte de Sargão II, pouco depois da sua construção, deixou a cidade aparentemente incompleta, tendo o seu sucessor transferido a capital para Nínive.

Redescoberta no século XIX, as primeiras escavações centraram-se no palácio de Sargão, levando os investigadores a acreditar que o resto da cidade estava, em grande parte, por desenvolver. Esta perspetiva mudou depois de a Missão Arqueológica Francesa em Khorsabad ter efetuado um grande levantamento geofísico em 2017, recorda o Arkeonews.

Utilizando tecnologia magnetométrica avançada, a equipa identificou estruturas enterradas, que mostraram que a cidade se estendia muito para além das muralhas do palácio.

O estudo, apresentado por Jörg Fassbinder da Ludwig-Maximilians-University na Reunião Anual da American Geophysical Union (AGU) de 2024, revelou contornos fantasmagóricos de estruturas enterradas a dois ou três metros de profundidade, incluindo uma vasta “mansão”, o portão de água da cidade e cinco outros edifícios importantes. Afinal, Khorsabad estava mais desenvolvida do que se pensava anteriormente.

Marie-Lan Nguyen

Imagem de uma criatura mítica assíria do palácio de Sargão II em Khorsabad

“Todos os dias descobrimos algo de novo… tudo isto foi encontrado sem escavação. A escavação é muito dispendiosa, por isso os arqueólogos queriam saber em pormenor o que podiam esperar obter com a escavação. O levantamento poupou tempo e dinheiro. É uma ferramenta necessária antes de iniciar qualquer escavação”, disse Fassbinder.

ZAP //

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