Montenegro: “Não me alimento com intrigalhadas”

Estela Silva / LUSA

Luís Montenegro conversa com jornalistas

Projeto do partido, para a revisão da Constituição portuguesa, incomoda deputados mas não incomoda o seu líder. Diligência de Marcelo sobre Miguel Alves é “normalíssima”.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse hoje que não se intimida com “pequena intriga” a propósito do projeto de revisão constitucional do partido, recusando qualquer questão com o grupo parlamentar social-democrata.

Luís Montenegro, que falava em Viana do Castelo, no final de uma reunião com a administração dos estaleiros da West Sea, respondia aos jornalistas sobre queixas de deputados do PSD por não terem sido “tidos nem achados” no projeto de revisão constitucional do partido noticiadas pelo Expresso.

“Ninguém me intimida com esse tipo de pequena intriga. Eu não alimento a minha direção de condução política com base em intrigalhadas”, afirmou.

O líder do PSD adiantou que as “intrigas” têm origem em notícias “sempre espicaçada por fontes anónimas” que desconhece.

“Eu convivo muito bem com isso. Estou concentrado em servir o país, o meu partido e em prosseguir o trabalho de afirmação do PSD”, afirmou, garantindo que “não há nenhuma questão com o grupo parlamentar do PSD”.

O presidente do PSD disse hoje ser “normalíssimo” que o Presidente da República peça explicações ao primeiro-ministro sobre o secretário de Estado adjunto de Costa, que a está a ser investigado por uma decisão tomada quando era autarca em Caminha.

”Se o senhor Presidente da República vai fazer essa diligência, naturalmente, registo. Se me pergunta se acho normal, acho normalíssimo. É função do Presidente da República fazer a avaliação das condições em que os membros do Governo exercem a sua função”, afirmou Luís Montenegro.

O jornal Expresso adianta hoje que o Presidente da República quer aproveitar a reunião semanal com o primeiro-ministro que está marcada para as 18:00 para questionar António Costa sobre a polémica em torno do contrato para construção do pavilhão multiusos que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, celebrou, em 2020, enquanto presidente da Câmara de Caminha e, que está a ser investigado pelo Ministério Público.

Em declarações aos jornalistas nos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, no último dia da iniciativa “Sentir Portugal” naquele distrito, Luís Montenegro, lembrou que “apesar das propostas de nomeação serem do primeiro-ministro, quem é responsável por nomear e exonerar, em última instância, os membros do Governo é o Presidente da República”.

Montenegro referiu que o PSD já pede “explicações há muito tempo”, reforçando que na segunda-feira deu entrada, na Assembleia da República, um requerimento para a audição de Miguel Alves, no parlamento.

“Acho que as explicações, únicas, que deu, até ao momento, foram insuficientes, foram eivadas, sobretudo, de um espírito de vitimização que não ajuda ao esclarecimento”, afirmou Montenegro.

Questionado sobre a polémica em torno do assessor da ministra Mariana Vieira da Silva, Montenegro disse não ter “um grande conhecimento sobre o caso”, a não ser o que veio a público através da imprensa.

“Parece um bocadinho estranho, mas não conheço em detalhe a situação. Mas parece um bocadinho estranho que um recém-licenciado cavalgue, do ponto de vista do exercício de funções públicas, para uma posição de topo com uma experiência que é, no mínimo, aparentemente, insuficiente”, referiu.

O líder do PSD escusou-se “a fazer juízos de valor sobre situações que desconhece, “com detalhe”.

“Não sou imune às notícias, mas precisarei de perceber. Também, nesse aspeto acho que o parlamento não deixará de fazer esse escrutínio. Sobre quais foram os fundamentos que presidiram a essa nomeação e à fixação da respetiva remuneração e posição orgânica dentro da estrutura do Governo”.

// Lusa

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