Montenegro inaugurou hotel de cliente da Spinumviva quando já era primeiro-ministro

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Fernando Veludo / LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro

Dois meses depois de tomar posse, Montenegro esteve na inauguração de um hotel de um grupo que pertence Domingos Correia, empresário que foi cliente da empresa familiar do primeiro-ministro.

Luís Montenegro participou, em junho de 2024, na inauguração do The Lince Santa Clara Historic Hotel, em Vila do Conde, uma unidade hoteleira pertencente ao Grupo Arliz. O grupo é controlado por Domingos Correia, empresário que detém também a empresa Beetsteel — cliente da Spinumviva, empresa da família de Montenegro.

De acordo com o Correio da Manhã, a inauguração ocorreu menos de dois meses após Montenegro tomar posse como chefe do Governo. A ligação entre Domingos Correia e a empresa familiar do primeiro-ministro veio a público esta semana, com a atualização do registo de interesses de Montenegro junto da Entidade para a Transparência. Nesse registo, o primeiro-ministro reconhece que a Beetsteel foi uma das clientes da Spinumviva.

Questionado sobre o caso, Montenegro afirmou esta quinta-feira que os serviços prestados pela empresa da sua família foram “muito limitados”, avaliando-os em “dois ou três milhares de euros”. O primeiro-ministro negou ainda qualquer interferência nos contratos celebrados entre os clientes da Spinumviva e o Estado, depois de se saber que os clientes lucraram 90 milhões de euros desta forma.

João Paulo Batalha, vice-presidente da Frente Cívica e especialista em transparência, descreve a presença de Montenegro na inauguração do hotel como um “conflito de interesses inegável”. “O primeiro-ministro, com a sua presença na inauguração do hotel, está a promover um parceiro de negócios”, considera.

Domingos Correia é irmão de Custódio Correia, empresário que esteve detido durante 21 dias no início de 2024 no âmbito de uma investigação sobre contratos públicos suspeitos na Madeira. Ambos têm ligações ao ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado, também detido nesse processo. Em 2022, durante as eleições internas do PSD, Calado representou Montenegro na Madeira.

Contactado pelo Correio da Manhã, Domingos Correia atendeu uma chamada, mas não prestou esclarecimentos sobre a sua relação com o primeiro-ministro.

ZAP //

4 Comments

  1. Até quando teremos de suportar este jornalismo pobre e asfixiante, que transforma até o ato mais simples – como a inauguração de um edifício – em motivo para escrutínio estéril ou polémica artificial? Não há mais espaço para o ordinário, para o que é rotineiro e positivo, sem que a máquina mediática distorça, crie falsos dilemas ou tente inflamar ânimos onde só há normalidade? É de uma pobreza intelectual e moral tão vasta que chega a ser deprimente. Quando perdemos a capacidade de reconhecer o trivial sem histrionismo, fica claro que o sensacionalismo venceu, e o jornalismo, no verdadeiro sentido, morreu.

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  2. O jornal Correio da Manhã é um lixo informativo, um antro de sensacionalismo barato que sobrevive à custa de manchetes escandalosas e conteúdos vazios. As suas reportagens, quantas vezes são deliberadamente distorcidas para gerar cliques e polémica, sem o menor compromisso com a verdade ou o jornalismo sério. É preocupante ver como uma publicação com tal alcance insiste em alimentar a desinformação, transformando notícias em espetáculo e contribuindo para a erosão do debate público. Longe de informar, esse veículo se especializou em confundir, manipular e banalizar até os assuntos mais graves, provando que, no seu caso, o jornalismo é apenas uma fachada para o negócio do escândalo.

  3. Até quando teremos de suportar este Sr Montenegro com as suas habilidades?
    Já se tornou numa figura patética e até o nome é sinistro.
    Portugal merece melhor.

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    • Chega! Basta de tolerar as palhaçadas grotescas deste indivíduo que, não por acaso, carrega o título de O Tolo.Não há paciência que resista, nem respeito que sobreviva a tanto despropósito. As suas tiradas não são apenas desprezíveis; são um insulto à inteligência de quem ainda lhe possa dar ouvidos. É impressionante como alguém consegue transformar cada oportunidade num espetáculo de ignorância. Os seus devaneios já ultrapassaram o limite do ridículo e agora mergulham no território do ofensivo.

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