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Estudo sugere que modernização reduz importância da religião na felicidade das pessoas

echiner1 / Flickr

Em países mais desenvolvidos e em que há uma maior perceção de liberdade, a religião desempenha um papel menos importante na felicidade das pessoas.

Um novo estudo sugere que em países em que a felicidade das pessoas está mais associada à conformidade religiosa, esta tende a estar menos ligada à liberdade subjetiva e vice-versa. A investigação foi publicada este mês na revista científica Journal of Happiness Studies.

Assim sendo, as conclusões do estudo apontam que a “evolução cultural” associada à modernização reduz “a importância da fé religiosa para a felicidade das pessoas, enquanto aumenta a importância da liberdade subjetiva”.

“Como pessoa que cresceu num regime comunista, sempre olhei para a religião da mesma maneira que o comunismo: um instrumento de manipulação, usado principalmente nas sociedades opressivas pelas elites locais, a fim de obter submissão e manter os seus privilégios sem serem desafiadas”, disse o autor do estudo, Michael Minkov.

Num questionário online feito a mais de 40 mil pessoas de 43 países diferentes, foram recolhidos dados da felicidade das pessoas, adesão às regras religiosas e da perceção de liberdade que têm.

A equipa de investigadores descobriu que a relação entre felicidade e conformidade religiosa era mais forte em países mais coletivistas com menos desenvolvimento económico. Por outro lado, a relação entre felicidade e liberdade subjetiva era mais fraco neste países.

Pelo contrário, em países mais desenvolvidos economicamente e mais individualistas, as associações verificadas eram contrárias. Assim sendo, quanto maior a liberdade subjetiva, mais felizes as pessoas eram. Contudo, a conformidade religiosa acabava por não influenciar muito a felicidade das pessoas.

Minkov confessou não estar surpreendido com os resultados, explicando que percebe que a religião traga mais felicidade às pessoas em países com mais dificuldades. No entanto, ficou surpreendido ao notar que os Estados Unidos tinham um padrão semelhante apesar de serem muito desenvolvidos economicamente.

“Os Estados Unidos são um país rico, mas têm muita desigualdade e muitos dos seus cidadãos sentem-se desprivilegiados. Aparentemente, a religião ajuda-os a lidar com as dificuldades”, disse Minkov ao PsyPost.

O antropólogo conclui que o conformismo religioso tem um efeito negativo na capacidade de uma nação em inovar.

ZAP //

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