T. Pyle / LIGO

Um novo modelo de gravidade utiliza matemática para tentar explicar a origem da força que que experimentamos — mas cuja origem desconhecemos.
O que transporta a força da gravidade? Há muito que os cientistas procuram dar resposta a esta questão.
Os buracos negros apresentam propriedades estranhas no que respeita à sua termodinâmica, as leis que regem a sua temperatura, energia e entropia, e em especial, À gravidade, que se comporta de forma muito diferente dentro deles.
Agora, o cientista Manthos Karydas construiu, com a ajuda dos colegas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (LBNL), um modelo gravitacional que reproduz a forma como experimentamos a gravidade no nosso mundo, mas que dispensa os gravitões, as supostas partículas portadoras da gravidade.
O modelo matemático reproduz a gravidade que “conhecemos e adoramos”, explica o investigador à New Scientist. “As regras são: tem de se tornar o modelo teórico capaz de reproduzir tudo o que se observou até agora. Por exemplo, ainda é necessário que a Terra orbite o Sol de forma estável”, explica outro membro da equipa, Daniel Carney.
“O tipo de pergunta que nos motivou foi: ‘E então? O que é que o modelo teórico altera no que podemos observar?'”, dizem os cientistas, cujo estudo sobre o modelo matemático foi publicado o mês passado.
Karydas diz que esta é a primeira vez que a ideia, apresentada pela primeira vez em 1995, foi desenvolvida com detalhe suficiente para fazer previsões para cenários físicos específicos, nomeadamente várias experiências de laboratório que estão atualmente a ser construídas.
Essas experiências vão investigar se a gravidade pode ligar dois objetos através do emaranhamento quântico, ou, por exemplo, flutuações aleatórias chamadas ruído que devem surgir devido à forma como a força da gravidade é distribuída pelo espaço.
O cientista Denys Bondar diz que a ligação a experiências realistas é muitas vezes difícil de conseguir para novos modelos de gravidade, pelo que o novo trabalho representa um importante passo.
“Na última década, fizemos enormes progressos não só nas medições quânticas, mas também nas gravitacionais, pelo que estou muito otimista quanto à possibilidade de, em breve, termos mais contributos dos experimentalistas”, comenta.