Cientistas criam o primeiro modelo matemático para atingir o clímax

Pela primeira vez, investigadores utilizaram décadas de informação sobre sexo para calcular um modelo matemático para atingir o clímax sexual.

Os modelos matemáticos são utilizados para analisar, explicar e prever comportamentos e eventos fisiológicos como a respiração, circulação sanguínea, audição e visão. Agora, os investigadores voltaram-se para a precisão da matemática para prever outra função humana básica: o desempenho sexual.

Inspirados em modelos matemáticos utilizados para analisar e melhorar o desempenho desportivo, cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, criaram o primeiro de sempre para ajudar a atingir o clímax sexual. Os resultados foram divulgados num estudo publicado na Chaos: An Interdisciplinary Journal of Nonlinear Science.

O sucesso do modelo matemático depende de medições experimentais diretas e de dados razoavelmente exatos. Assim, os investigadores combinaram décadas de dados sobre excitação fisiológica e psicológica, baseando o seu modelo no trabalho pioneiro levado a cabo por Masters e Johnson.

Os americanos William Masters, um ginecologista, e Virginia Johnson, uma terapeuta sexual, pesquisaram a resposta sexual humana e o diagnóstico e tratamento de distúrbios e disfunções sexuais desde 1957 até aos anos 90.

Entre 1957 e 1965, registaram alguns dos primeiros dados laboratoriais sobre a resposta sexual humana, observando diretamente 382 mulheres e 312 homens, no que estimaram ser cerca de 10.000 atos sexuais.

Desde o trabalho de Masters e Johnson, foram feitos progressos consideráveis na medição das reações fisiológicas que ocorrem durante o ciclo de resposta sexual utilizando a ressonância magnética funcional, que mostra a parte do cérebro que é ativada durante a estimulação sexual e o orgasmo.

O que se deduz dos dados, tanto antigos como recentes, é que a resposta sexual é um processo complexo que difere entre os homens e as mulheres. Neste estudo, os investigadores consideraram mais fácil focar a resposta sexual masculina porque é menos complicada do que a feminina, relatou o New Atlas.

Universidade de Sussex

Yuliya Kyrychko e Konstantin Blyuss com as suas duas equações matemáticas para atingir o clímax sexual

Seguindo as quatro fases do ciclo de resposta sexual masculina – excitação, platô, orgasmo e resolução – os investigadores descobriram que demasiada estimulação psicológica demasiado cedo no ciclo era menos suscetível de resultar em orgasmo.

A partir destes dados, elaboraram duas equações matemáticas: uma que cobre os aspetos fisiológicos da obtenção do orgasmo e outra que cobre os aspetos psicológicos.

“No passado, os investigadores tentaram criar um modelo para descrever o caminho fisiológico até ao clímax, mas sem sucesso”, disse Konstantin Blyuss, um dos autores do estudo.

“Com base em dados estabelecidos, bem como no nosso trabalho anteriormente publicado sobre a modelação de fenómenos biológicos, tais como a epidemiologia e a imunidade, desenvolvemos o primeiro modelo matemático bem sucedido de desempenho sexual”, continuou.

Os resultados do estudo podem ser utilizados para ajudar os homens que sofrem de problemas sexuais, por exemplo.

“As nossas descobertas lançam luz sobre um assunto socialmente tabu, que acreditamos poder ter aplicações úteis para o tratamento clínico das disfunções sexuais, bem como para fornecer ao público em geral uma fórmula testada para melhorar a sua vida sexual”, disse Yuliya Kyrychko, outra das autoras.

Os investigadores planeiam estudar a resposta sexual feminina a seguir. “Com o que aprendemos com este estudo, pretendemos modelar matematicamente a resposta sexual feminina, que é fisiologicamente – e matematicamente – mais complexa do que a resposta masculina”, concluiu.

ZAP //

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