O aluguer de bicicletas parecia ter sido uma ideia eficaz e ecológica há dois anos atrás. As bicicletas, que podiam ser deixadas em qualquer local, tornaram-se numa moda que hoje é já um pesadelo na China.
A ideia inovadora de alugar bicicletas com estacionamento livre surgiu por parte de estudantes da Universidade de Pequim, que criaram em 2014 a marca Ofo. No ano seguinte, as bicicletas mudaram completamente a aparência das cidades chinesas.
A possibilidade de estacionar as bicicletas em qualquer local, mudando o habitual sistema de aluguer em áreas designadas para o efeito, foi a chave do sucesso de uma indústria que na China conta já com 70 marcas diferentes e 16 milhões de bicicletas.
No entanto, peões das grandes cidades – como Pequim e Xangai – queixaram-se desta moda, afirmando que as bicicletas bloqueiam as ruas e as calçadas e forçam-nos a caminhar pelas faixas destinadas a veículos, chegando até a impedir o acesso a meios de transporte como, por exemplo, o metro.
Esta situação levou muitas cidades do país a proibir o aumento da oferta de aluguer de bicicletas. Pequim foi uma das primeiras a fazê-lo, em setembro, quando o seu número chegou aos 2,35 milhões.
As câmaras municipais de outras metrópoles como Xangai (com 1,5 milhão de bicicletas), Shenzhen, Wuhan e Cantão imitaram a capital chinesa. Agora são 13 as cidades que estabeleceram um limite após terem ficado cheias de bicicletas nas suas ruas.
Os regulamentos nasceram para tentar concentrar as bicicletas em áreas designadas, impedir que sejam estacionadas em áreas residenciais ou abandonadas no meio da rua, exigindo que as empresas que administram o serviço se responsabilizem por retirá-las periodicamente.
A Ofo, que disputa com a Mobike o título de empresa dominante do setor, garante que entende estas medidas. À agência EFE, um porta-voz da Ofo defende que aumentaram o número de funcionários da empresa “em áreas movimentadas para garantir que os veículos estão estacionados de forma ordenada”.
Ainda assim, a empresa admite que o aluguer de bicicletas é uma alternativa viável a longo prazo para as cidades cada vez mais povoadas e caras. Já a Mobike considera que diante da saturação das cidades chinesas, a solução é partir para o mercado externo. A empresa planeia ter brevemente 20 milhões de bicicletas em 200 cidades.
Algumas cidades europeias já proibiram este sistema. A saturação de bicicletas não trouxe apenas problemas urbanos, como também problemas a nível económico para algumas empresas. Em Junho, a Wukong Bicycle e a 3VBike foram à falência.
Isto cria novos problemas, incluindo milhares de bicicletas abandonadas pelas marcas. Recentemente, algumas empresas confidenciaram ao China Daily que terão que se fundir para conseguirem sobreviver.
Na semana passada, deu-se a primeira dessas fusões, entre a Youon – cujas bicicletas azuis e amarelas também são muito populares em Pequim – e a Hello-Bike.
// EFE
No tempo do Mao Tsé Tung andavam todos de bicicleta e vestidos de igual agora estas já servem de moda e mesmo assim são rejeitadas!
Em Amesterdão, onde vivo há 5 anos, o problema não são as bicicletas alugadas mas sim o enorme uso de bicicletas pelos moradores sem locais para estacionar!!! Na foto colocada apenas as 3 amarelas me parecem ser de alugues, todas as outras quase de certeza que pertencem a algum residente….