Uma ex-namorada de John McAfee garante que o suicídio do infame milionário foi um embuste e diz que o próprio lhe ligou após as notícias.
No ano passado, o criador do antivírus McAfee, John McAfee, foi encontrado morto na sua cela numa prisão espanhola, aparentemente por suicídio, horas depois de a justiça espanhola ter aprovado a extradição para o seu país de origem.
A polícia espanhola deteve no aeroporto de Barcelona o magnata norte-americano que era procurado nos Estados Unidos por suspeitas de delito de fraude.
O magnata era suspeito de, entre outros crimes, de fugir ao pagamento de milhões de dólares em impostos sobre os lucros que alegadamente teria obtido em atividades como o comércio de criptomoedas.
Agora, mais de um ano depois, uma das suas ex-namoradas argumenta que McAfee não está morto e que tudo não passou de um embuste. No novo documentário da Netflix “Running With the Devil: The Wild World of John McAfee”, Samantha Herrera diz que o milionário ligou-lhe após os relatos do seu suicídio, em junho do ano passado.
“Não sei se deveria dizer isto”, começou por dizer Herrera, “mas há duas semanas, após a sua morte, recebi uma chamada do Texas: ‘Sou eu, John. Paguei às pessoas para fingir que estou morto, mas não estou morto'”.
“Existem apenas três pessoas neste mundo que sabem que ainda estou vivo”, terá dito McAfee a Herrera.
A mulher natural do Belize estava com McAfee em 2012 quando o vizinho do magnata, Gregory Faull, foi assassinado após discutir com McAfee devido aos seus cães, recorda a Futurism.
Herrera fugiu com o milionário quando as autoridades começaram a procurar McAfee para interrogá-lo. O documentário revela imagens do norte-americano a dizer que, na realidade, estava a fugir do primeiro-ministro do Belize, que tinha colocado a sua cabeça a prémio.
“O lado dele da história é que estavam atrás dele porque ele não pagou ao Governo”, disse Herrara no documentário. “Eles queriam magoá-lo, para se livrarem dele”.
Bilhete de suicídio falso?
A mulher do criador do antivírus McAfee acredita que a carta de suicídio, alegadamente escrita pelo seu marido, tenha, afinal, sido escrita por alguém a tentar imitar o estilo de tweeting de John McAfee.
“A caligrafia é suspeita e duvido da autenticidade da nota”, disse Janice McAfee numa publicação no Twitter, onde partilhou uma fotografia da nota. “Esta nota não soa nada como alguém que não tem esperança e está a contemplar o fim da sua vida. Esta nota soa como um dos tweets de John”, escreveu.
“Sou um parasita fantasma”, lê-se na nota, antes de algumas palavras riscadas.
“E se esta nota foi encontrada no seu bolso, onde estão as marcas da nota a ser amarrotada no seu bolso?”, questionou Janice McAfee, noutra publicação feita no Twitter.
A morte terá acontecido horas depois da decisão judicial ter sido confirmada. No entanto, a família do inventor de software duvida da tese avançada pelas autoridades.
“As últimas palavras que ele me disse foram ‘amo-te e ligo-te mais tarde’. Essas não são as palavras de alguém com pensamentos suicidas”, disse a esposa de McAfee, exigindo uma investigação mais profunda ao sucedido.