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Misteriosas ilhas artificiais na Escócia são mais antigas que Stonehenge

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(dr) Fraser Sturt)

Arqueólogos da Universidade de Southampton, que trabalharam com colegas da Universidade de Reading e com o arqueólogo local Chris Murray, descobriram que alguns “crannogs” escoceses datam do período neolítico – muito mais antigos do que se supunha.

Pensava-se que estas ilhas artificiais, construídas em lagos e enseadas no mar, tinham sido construídas, usadas e reutilizadas durante mais de 2.500 anos entre a Idade do Ferro e o período pós-medieval.

No entanto, agora, os investigadores dataram com radiocarbono quatro crannogs nas Hébridas Exteriores de 3640 a 3360 a.C, mudando a linha do tempo em milhares de anos, de acordo com o estudo publicado na revista Antiquity. Segundo o Phys, a construção do Stonehenge começou nos anos 3.000 a.C.

 

​Supõe-se que quase todas as ilhotas tenham servido como habitação. Em 2012, foram descobertos potes extraordinariamente bem preservados do início ou meio do Neolítico num leito do lago pelo residente de Lewis Chris Murray. Mais tarde, trabalhando com Mark Elliot, do Museum nan Eilean, recuperou coleções semelhantes em mais cinco locais crannog em toda a ilha.

Estas descobertas de cerâmica sugeriram que os crannogs podiam datar do período neolítico e levaram os investigadores a estudar usando uma combinação de levantamento de solo e submarino, fotogrametria e perfuração paleoambiental. Concluíram que havia evidências de construção de ilhas artificiais nas Hébridas Exteriores durante o Neolítico.

“Esses crannogs representam um esforço monumental feito há milhares de anos para construir mini-ilhas, acumulando muitas toneladas de pedras no leito do lago”, disse Fraser Sturt, arqueólogo da Universidade de Southampton, em comunicado.

(dr) Fraser Sturt)

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Foram recuperadas quantidades substanciais de vasos cerâmicos neolíticos dos lagos e os seus grandes tamanhos fragmentados sugerem que – pelo menos alguns – estavam completos quando entraram na água. Noutras palavras, houve um depósito sistemático e possivelmente ritualizado das ilhas.

Com entre 10 a 30 metros de comprimentos, os crannogs seriam lugares especiais para reuniões públicas ou construções para ritos e refeições conjuntas. Duncan Garrow, da Universidade de Readimng, admitiu que o facto de as construções serem cercadas de água pode simbolizar a separação do homem da vida quotidiana.

Embora as Hébridas Exteriores tenham um número significativo de crannogs, também são comuns no restante da Escócia e da Irlanda. Apenas 10% foram datados por radiocarbono e apenas 20% no total foram datados.

“Parece muito provável que sejam encontrados muitos outros crannogs neolíticos. A nossa investigação mostra que este é um novo tipo de sítio para o neolítico britânico, indicando diferentes formas de prática pré-histórica. É muito emocionante pensar no potencial que estes sítios têm para melhorara  nossa compreensão do passado”, concluiu Sturt.

ZAP //

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