Mistério sobre estátuas romanas é de perder a cabeça

Por que é que há tantas estátuas romanas sem cabeça? Há tantas explicações… Este mistério antigo é, literalmente, de perder a cabeça.

Talvez já se tenha apercebido que muitas estátuas romanas antigas não têm cabeça.

Parece intrigante, mas, na realidade, este é um mistério com várias explicações. Com a ajuda de vários especialistas, a Live Science fez uma lista com as razões mais consensuais por trás deste fenómeno.

Uma das explicações que vem logo “à cabeça” é o facto de o pescoço é uma parte estruturalmente fraca. Ao longo do tempo, com quedas, transporte e manuseio, a cabeça parte-se de forma frequente.

No entanto, nem todas as decapitações foram acidentais.

Os romanos, em algumas ocasiões, destruíam deliberadamente as suas próprias estátuas, particularmente em casos de damnatio memoriae.

Castigo moral

O damnatio memoria – um processo ordenado pelo Senado romano – tinha como objetivo apagar a memória de imperadores odiados, como, por exemplo, Nero, removendo o seu nome dos registos e destruindo as suas representações, incluindo estátuas.

Cabeças amovíveis

Outra curiosidade é que os escultores romanos às vezes concebiam as estátuas com cabeças amovíveis.

Segundo Kenneth Lapatin, curador do Museu J. Paul Getty (em Los Angeles), estas estátuas permitiam a troca de cabeças ao longo do tempo, seja para utilizar diferentes materiais ou para facilitar a substituição em caso de mudança de governo ou patrono.

Essas estátuas são identificáveis pela presença de um orifício no corpo e uma borda suavemente esculpida na base do pescoço da cabeça.

Culpa dos “mercados”

As decapitações também ocorreram em tempos mais recentes, motivadas pelo mercado de antiguidades.

Kenneth Lapatin conta à Live Science o caso de uma estátua de uma mulher drapeada, adquirida pelo Museu Getty em 1972.

No momento da compra, a estátua tinha apenas o corpo, mas fotos antigas mostravam que possuía cabeça até à década de 1930.

A descoberta de uma cabeça, separada e à venda por um negociante de arte, revelou que a estátua havia sido decapitada para lucrar mais, vendendo a cabeça e o corpo separadamente.

Eventualmente, o museu conseguiu reunir as duas partes, reconstituindo a estátua, demonstrando como as peças de arte antiga podem ser manipuladas e, por vezes, restauradas, mesmo após séculos de separação.

ZAP //

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