Mistério de estátua egípcia “impossível” pode ter sido desvendado

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As esculturas egípcias geralmente não retratam os faraós com pessoas que não sejam membros da família real. Mas há uma que é uma exceção.

O mistério de uma escultura “impossível” do Antigo Egito pode ter sido finalmente resolvido, segundo uma investigadora. A estátua 3D, feita de calcário, representa dois indivíduos, sendo um deles um faraó com cobra enrolada na sua coroa azul sentado no colo do outro, que está ajoelhado.

A estátua pode ser vista no National Museums Scotland. E, afinal, o que é que torna esta escultura tão especial? Segundo Margaret Maitland, curadora principal do National Museums Scotland, os faraós não eram representados com pessoas que não fossem da realeza nas estátuas 3D, o que torna esta escultura “impossível”, cita o Live Science.

A investigadora fez uma pesquisa pelos arquivos para tentar entender a origem da estátua e descobriu que foi escavada em Deir el-Medina, um sítio arqueológico perto do Vale dos Reis, na década de 1850, por uma equipa liderada pelo arqueólogo escocês Alexander Henry Rhind.

Maitland analisou outras esculturas descobertas no mesmo sítio, assim como registos históricos antigos e outras relíquias arqueológicas descobertas em Deir el-Medina. A investigadora descobriu que alguns dos indivíduos mais idosos na região podiam representar os faraós de formas que não eram permitidas ao resto da população.

Durante o reino do famoso faraó Ramsés II, a família real quebrou a tradição e encorajou a criação de mais estátuas que representassem o rei. “Considerando o papel essencial que os artesãos desempenharam na construção dos túmulos reais, bem como o quão central era o enterro dos reis para o sistema político egípcio, era importante manter a estabilidade da estrutura social que governava Deir el-Medina, cultivando a devoção ao rei”, escreve Maitland.

A investigadora aponta ainda que o facto desta escultura retratar uma estátua do faraó, e não o próprio faraó, torna a sua existência mais aceitável. No entanto, não descarta a possibilidade de a estátua representar o faraó Ramsés II em si.

Mas esta possibilidade não é consensual entre os arqueólogos. Betsy Bryan concorda que a escultura representa um homem a segurar uma estátua de um faraó. No entanto, a especialista acredita que o faraó em causa deverá ser Amenhotep I, e não Ramsés II.

A especialista lembra que Amenhotep era a “divindade padroeira de Deir el-Medina” e que, por isso, se a escultura foi criada durante o reino de Ramsés II, é provável que a população tivesse escolhido um faraó morto, como Amenhotep I, para ser representado.

ZAP //

2 Comments

  1. Há estátuas que não sejam 3d??
    Os painéis em relevo não são estátuas…
    Esta necessidade pirosa de estar a inventar ou a alterar designações é reveladora de uma mentalidade bastante tacanha.

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