Há cerca de dois anos que as estrelas-do-mar do Pacífico estão a matar-se a si próprias e, finalmente, descobriu-se que isso acontece por causa de um vírus.
A epidemia que se arrasta desde 2013, levando as estrelas-do-mar a comerem-se a si próprias e acabando por morrer, foi apelidada de “Sea Star Wasting Disease“.
O fenómeno tem ocorrido na costa ocidental do Pacífico, entre o México e o Alasca, e só agora se descobriu porque é que está a ocorrer.
A culpa é de um vírus conhecido como Sea Star Associated Densovirus, ou simplesmente SSaDV, que foi detectado em muitas das espécies de estrelas-do-mar que estão a morrer.
Este vírus já é conhecido há cerca de 70 anos, o que adensa o mistério em torno do que terá motivado esta alteração que leva as estrelas-do-mar a suicidarem-se, o que nunca se tinha verificado.
A coordenadora do Citizen Science Research da Academia de Ciências da Califórnia, em São Francisco, nos EUA, Rebecca Johnson, prevê que o vírus possa ter sofrido algum tipo de mutação, provavelmente motivada por uma “alteração ambiental”, destaca em declarações ao Yahoo.
O vírus provoca lesões brancas nas estrelas-do-mar, antes de se dar a ruptura e o derrame dos seus órgãos internos num processo em que parece que estes animais marinhos se estão a comer a si próprios.
Melissa Miner, investigadora marinha da Universidade da Califórnia, revela ao Yahoo que se têm verificado algumas melhorias, nos últimos tempos, mas que a situação ainda não está controlada.
Entretanto, biólogos e demais investigadores estão a usar a aplicação informática iNaturalist para investigar o problema com mais profundidade.
Rebecca Johnson diz que é uma espécie de “Facebook para a natureza”, que permite a qualquer cidadão carregar fotografias de estrelas-do-mar encontradas nas costas do Pacífico e é uma forma de ajudar os investigadores a detalharem e a analisarem com maior precisão o problema.
ZAP