Corrente de e-mail viral na Microsoft denuncia assédio sexual na empresa

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Pela Microsoft, circulou uma corrente de e-mail com relatos de trabalhadoras da empresa sobre assédios sexuais que foram vítimas e que, na altura, os Recursos Humanos ignoraram. Agora, a Microsoft abriu uma investigação para averiguar os casos.

No total, os e-mails que circularam pela empresa somam mais de 90 páginas, sendo todos de funcionárias da Microsoft. São contadas histórias sobre os casos de discriminação e assédio moral e sexual, que sofreram em ambiente de trabalho.

Tudo começou a 20 de março, quando uma das trabalhadores enviou um e-mail a outras mulheres da empresa, pedindo conselhos para subir de cargo, após seis anos sem promoções. Isto levou a que fossem relatadas dezenas de histórias de discriminação e assédio.

Desde o caso em que uma trabalhadora foi convidada a sentar-se no colo de um colega de trabalho, ao caso em que uma das mulheres viu o seu papel num projeto restringido a reservar salas de reunião e fazer reservas de jantar. A Quartz teve acesso a estes e-mails e analisou mais de 90 páginas de conteúdo.

Quando Kathleen Hogan, chefe do departamento de Recursos Humanos da Microsoft, ficou a saber da corrente, achou absurdo o facto de estas histórias terem sido ignoradas pelos seus responsáveis e nenhuma delas ter chegado ao seu conhecimento.

A partir daí, Hogan assumiu a responsabilidade de lidar com o problema e, esta quinta-feira, agendou uma reunião com cada uma das funcionárias que relataram os abusos.

Entre as diversas histórias contadas nos e-mails, algumas destacam-se pelo absurdo das situações. Num dos casos, uma funcionária da Microsoft revela que, numa viagem de negócios, foi ameaçada de morte por um representante de um dos parceiros comerciais da empresa, caso não aceitasse fazer sexo com ele.

A funcionária revela que, ao ouvir a ameaça, correu imediatamente para levar o caso aos Recursos Humanos, mas o gerente do setor disse que era apenas um “flirt inocente” e que deveria superar isso — conta o CanalTech.

Apesar de que todo o mediatismo possa ter sido um problema para a imagem da empresa, as funcionárias acreditam que é o melhor que podia ter acontecido a elas. Isto porque obrigará a Microsoft a finalmente tomar atitudes em relação à cultura de machismo extremo que existe na empresa.

Esta não é a primeira vez que a Microsoft é alvo que queixas de assédio sexual. Em março de 2018, um grupo de funcionárias e ex-funcionárias promoveu uma ação conjunta contra a empresa, pedindo uma indemnização por 238 casos de assédio sexual, que ocorreram entre 2010 e 2016, e que foram ignorados pelos Recursos Humandos da empresa.

ZAP // CanalTech

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