Este ano foi especialmente problemático no que toca a incêndios florestais. Além das inúmeras consequências já conhecidas da inalação do fumo, há mais uma ameaça até agora pouco conhecida: pode ser uma nova rota de disseminação de doenças infecciosas.
Nos Estados Unidos e na Austrália, o fumo proveniente do número crescente de incêndios florestais do último ano tem causado longos períodos de qualidade do ar prejudicial à saúde de milhões de pessoas que vivem nas áreas mais atingidas.
Num novo artigo científico, publicado no dia 18 de dezembro na Science, os investigadores Leda Kobziar e George Thompson III destacam a ameaça pouco conhecida do fumo dos incêndios: micróbios infecciosos.
Os cientistas defendem que o fumo contém micróbios vivos – bactérias e fungos que afetam a saúde humana – aerossolizados de materiais em combustão como solos, detritos e madeiras selvagens. Estes microrganismos são depois transportados através do fumo.
Além das já conhecidas consequências pulmonares e cardiovasculares da exposição ao fumo dos incêndios, o potencial prejudicial do fumo vai mais além: pode também ser uma fonte de infeção até agora negligenciada, escreve o SciTechDaily.
Até agora, foram realizadas poucas pesquisas sobre o assunto, pelo que ainda não foi possível determinar se o transporte de micróbios transmitidos pelo fumo dos incêndios representa um risco à saúde pública. No entanto, são várias as evidências científicas que mostram taxas crescentes de certas infeções fúngicas em áreas com níveis elevados de fumo proveniente de um incêndio florestal.
Os cientistas envolvidos neste estudo defendem que as ciências atmosféricas e de saúde pública devem expandir o seu foco, de modo a estudar o potencial impacto da carga microbiana do fumo nas populações humanas.
Os principais fungos infeciosos são os incendiários!