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Os micróbios do fundo do mar sobrevivem com menos energia do que pensávamos

dahon / Flickr

Os micróbios do fundo do mar conseguem sobreviver com menos energia do que se pensava. Esta descoberta pode alterar a definição de vida como a conhecemos.

Uma equipa de cientistas britânicos fez uma descoberta que levanta muitas questões sobre os limites da vida, pelo menos como a conhecemos. De acordo com o New Scientist, as criaturas que vivem nas profundezas do fundo do mar sobrevivem com fluxos de energia inferiores aos que os imaginávamos para sustentar a vida.

James Bradley, cientista da Queen Mary University of London e principal autor do estudo, publicado recentemente na Science Advances, usou dados de amostras de sedimentos recolhidos do fundo do mar para determinar a taxa de energia consumida pelos microrganismos que vivem neste ecossistema.

Através de um modelo que considerou vários aspetos do habitat – quantidade de oxigénio disponível, taxa de degradação do carbono orgânico e quantidade de organismos vivos – Bradley e a sua equipa calcularam a taxa de energia usada por cada célula microbiana.

Os investigadores descobriram que o valor era 100 vezes inferior do que o que esperavam ser o limite da vida. Algumas células sobreviveram com menos de um zeptowatt de potência, ou 10 ^ -21 watts.

Os cientistas já haviam estimado o limite mais baixo de energia para a existência de vida, cultivando microrganismos em laboratório e privando-os de nutrientes para determinar o limite de sobrevivência.

No entanto, apesar de as experiências fornecerem pistas importantes, não representam a gama de ambientes naturais existentes no mundo real – incluindo o ambiente único do fundo do mar. Estes micróbios – principalmente bactérias e arqueas – podem sobreviver enterrados durante milhões de anos.

“Não acho que tenhamos uma boa compreensão dos mecanismos pelos quais estes microrganismos se regem para sobreviver num estado com níveis incrivelmente baixos de energia. Possivelmente, tem algo a ver com a capacidade de reduzirem a taxa metabólica e de entrarem num estado zombie“, rematou o cientista.

ZAP //

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