Uma cenas dos créditos de Toy Story 2 foi eliminada. Nela, um brinquedo oferecia a duas bonecas a hipótese de entrar no terceiro filme, enquanto as tentava seduzir.
Segundo o The Guardian, um falso blooper do filme Toy Story 2 que fazia uma referência a contratações em troca de favores sexuais foi apagada do filme, na sua mais recente edição.
As cenas de “apanhados” dos filmes da Pixar são um clássico. Por norma, mostra cenas em que fingem que os bonecos se enganaram durante as gravações do filme, ou cenas em que falam diretamente para a câmara, como se fossem atores da vida real. Muitas vezes, estes bloopers brincam com algumas características da indústria de Hollywood e do cinema.
No final do segundo episódio do filme Toy Story, o mineiro Stinky Pete recebia, dentro da sua caixa, duas bonecas Barbie. Segundo a Sábado, o boneco barrigudo e de barba branca parece tentar seduzir as duas bonecas, fazendo-lhes festas nas mãos e a sugerir que é capa de conseguir-lhes um papel no próximo filme.
Esta cena em particular parece fazer referência à prática que se tornou conhecida nos últimos tempos, de superiores hierárquicos utilizarem a sua posição no mundo do entretenimento para pedirem atos sexuais de subordinados, em troca de oportunidades de carreira.
Este tipo de atitudes foi denunciado depois do movimento #MeToo que foi responsável pela queda de Harvey Weinstein, um dos maiores produtores de Hollywood, assim como vários atores, incluindo Kevin Spacey. Dezenas de mulheres denunciaram situações em que foram alvos de condutas inapropriadas por parte de superiores hierárquicos.
A decisão da Pixar em apagar esta cena foi denunciada em fóruns online e afeta tanto a versão em DVD como nas versões em download.
Aliás, o próprio diretor de animação da Pixar Animation Studios e da Walt Disney Company, John Lasseter, saiu da empresa no final de 2017 depois de ter sido acusado de “comportamentos impróprios para com alguns colegas”.
“Gostaria de pedir desculpa a qualquer pessoa que alguma vez tenha sido alvo de um abraço indesejado ou qualquer outro gesto que achem que tenha passado a linha de alguma forma ou feitio. Não interessa o quão benigna era a minha intenção, toda a gente tem o direito de definir as suas próprias fronteiras e vê-las respeitadas”, escreveu Lasseter na altura.