A nova pesquisa conseguiu otimizar o nanogerador triboelétrico líquido-sólido e produzir 2,4 vezes mais eletricidade com o movimento das ondas.
Num avanço inovador rumo à energia sustentável, os investigadores estão a capitalizar o poder do oceano para gerar eletricidade, utilizando tecnologia avançada de “energia azul“.
Este desenvolvimento, destacado num estudo recente publicado na ACS Energy Letters, mostra um progresso significativo no campo da recolha de energia das ondas.
O estudo detalha como uma simples modificação no design de um nanogerador triboelétrico líquido-sólido (TENG) pode melhorar substancialmente a sua eficiência.
O TENG, um dispositivo projetado para aproveitar a energia mecânica das ondas do oceano e convertê-la em eletricidade, tinha tradicionalmente uma produção de energia baixa, limitando as suas aplicações práticas.
No entanto, os investigadores Guozhang Dai, Kai Yin, Junliang Yan e a sua equipa otimizaram esta tecnologia ao reposicionar o eletrodo dentro do dispositivo.
No novo design, o eletrodo é colocado na extremidade de um tubo cheio de líquido, em vez de no meio, onde o impacto da água é mais forte, explica o SciTech Daily.
A equipa utilizou tubos de plástico transparentes de 40 centímetros para construir duas versões do TENG. Na primeira, o eletrodo de folha de cobre foi posicionado na localização convencional no meio. Na segunda, o eletrodo foi colocado numa das extremidades do tubo.
Ambos os tubos foram parcialmente preenchidos com água e selados, e ligados a um circuito externo através de um fio. Os dispositivos foram então colocados num balancim de bancada que simulava o movimento de vaivém das ondas do oceano.
Os investigadores descobriram que, ao colocar o eletrodo na extremidade do tubo, a eficiência de conversão de energia mecânica em corrente elétrica aumentou 2,4 vezes em comparação com o design tradicional.
Outras experiências demonstraram as aplicações práticas deste TENG otimizado. Num teste, o dispositivo conseguiu alimentar com sucesso um conjunto de 35 LEDs, que piscavam e se ligavam e desligavam à medida que a água se movia sobre a área do eletrodo.
Esta descoberta pode abrir caminho para usos mais eficientes e práticos da energia das ondas, contribuindo para a diversificação das fontes de energia renovável.