Boa Festa e marmelada no Festival. Mais 6 apuradas (mesmo quando não se percebe a letra)

Voodoo Marmalade / João O´Neill

Crónica da segunda meia-final do Festival da Canção 2023, que fechou a lista de finalistas. Mas as favoritas não terão actuado nesta noite.

Agora sim, está fechada a final do Festival da Canção 2023. O evento da RTP vai ter 13 finalistas, e não 12, porque houve um problema técnico na primeira meia-final durante a votação, que apurou mais uma canção.

Na noite passada não houve problemas técnicos. Nem durante a votação, nem durante as 10 actuações. Um nível interessante, no geral.

A Festa começou bem com Edmundo Inácio, que já conhece bem a casa por causa do The Voice. Por falar em The Voice, em alguns momentos parecia que estávamos a ver João Neves no palco. Um início de festa bem entregue, apuramento merecido.

A confusão apareceu a seguir. Dizem que o grupo The Happy Mess apresentou uma espécie de opereta pop. Mais ou menos. O impossível não aconteceu: não passou.

Silêncio, que se vai cantar o fado. Teresinha Landeiro gostava de casas de fado aos 12 anos e fez-nos recuar ao Festival da Canção 2012, curiosamente. E, imagine-se, estava em palco uma pessoa sozinha, a cantar. Só. Sem cambalhotas, sem adereços em palco. Esperava-se o apuramento de Enquanto é tempo – mas não se qualificou.

A serenidade de Teresinha deu lugar ao (muito) movimento de Bandua, na quarta canção. Venham as Bandeiras: actuação forte, muito mexida, uma mistura de Fausto, Variações e Jonas (do Festival do ano passado). Palmas receosas no fim, talvez a antever a eliminação, que se confirmou – mas até era das favoritas entre os próprios concorrentes desta meia-final. Alguma surpresa, neste desfecho.

As palmas foram ainda mais fraquinhas no final da quinta canção. A actuação mais parecida com um teledisco pertenceu a Bárbara Tinoco, com a sua Goodnight. Boa construção, em termos de imagem, de espectáculo. Mas é mau sinal quando se precisa de aumentar o volume para se perceber a letra; aquilo é em português ou em inglês? Perguntou-se no início. Mas o básico apurou-se.

Seguiu-se o Fim do mundo que não é da Ala dos namorados. Era apenas a Inês Apenas, numa actuação onde se destacaram o piano (não, o som não saiu de lá) e os brincos. Foi a preferida da Cláudia Pascoal – e de outras pessoas, porque vai estar na final.

O Povo identificou-se e gostou da tranquilidade que Ivandro trouxe. Sem surpresa, foi logo a primeira anunciada na final (embora a ordem seja aleatória).

Abram espaço para Bon Jov… Não, para Dapunksportif. O vocalista que inspira almas nos bastidores alega que o mundo precisa de terapia. Esta oitava canção precisou do voto extra: não estava na lista de cinco finalistas mas, no momento de “salvar” uma música, o público da RTP escolheu World needs therapy. Também vai voltar àquele palco.

Lara Li voltou ao Festival da Canção. Sim, ela. Com uma estante com a letra em palco (há quanto tempo não se via uma?), a memória pode não ser a mesma, mas voz está lá. No entanto, a bela e calma Funâmbula não foi eleita para a final.

Por fim, a marmelada. Tormento, a música de três acordes trazida pelo ukulele de Voodoo Marmalade, apurou-se.

Edmundo Inácio, Bárbara Tinoco, Inês Apenas, Evandro, Dapunksportif e Voodoo Marmalade estarão na final. Tal como Churky, Cláudia Pascoal, SAL, Mimicat, You Can’t Win Charlie Brown e Esse Povo, que se tinham qualificado uma semana antes.

Talvez as duas favoritas tenham estado em palco na primeira meia-final: Pascoal e Mimicat. Mas com espaço para Evandro e Tinoco. E Inácio?

No próximo sábado, dia 11, veremos quem vai suceder a Maro.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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