Há médicos que vão receber mais 60% se trabalharem em zonas com falta de profissionais

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Médicos recém-especialistas vão receber mais 60% se trabalharem em zonas com falta de profissionais, anunciou a secretária de Estado da Saúde.

O Governo vai aumentar a remuneração dos recém-especialistas de Medicina Geral e Familiar em 60%, caso estes vão trabalhar para zonas “com uma cobertura por médico de família inferior à média nacional (86,7%)”.

O anúncio foi feito esta terça-feira pela secretária de Estado da Saúde, Maria de Fátima Fonseca. A estimativa é “mais de 400 médicos de família em territórios carenciados”.

O incentivo faz parte das medidas previstas pelo Governo para resolver o problema da falta de médicos de família.

A urgência do serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo André, em Leiria, esteve fechada 47 vezes entre janeiro e maio deste ano, avança o Jornal de Notícias, que cita o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Carlos Cortes diz que a situação afetou, sobretudo, as pessoas mais idosas e “ocupou o INEM a transportar doentes para outros hospitais”.

Além disso, o responsável da Ordem dos Médicos explica que uma das principais preocupações tem que ver com o preenchimento das vagas nas unidades de cuidados de saúde primários em Leiria.

“Leiria tem 280 mil utentes, dos quais 40 mil não têm médico de família”, lamenta Carlos Cortes. “A situação de Leiria é a pior da toda a região centro”.

O Hospital de Santo André serve ainda Pombal, Alcobaça e Ourém, sendo que “um terço dos episódios de urgência são de Fátima”.

A administração do hospital “reconhece que existe um problema” e que, como tal, tem de ser criado “um modelo diferente para fixar médicos no hospital”.

“Queremos fixar os médicos no SNS, mas o Ministério tem de dar essa possibilidade. Até então, tem sido inábil e incompetente”, acusa o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Urgência de obstetrícia de Abrantes encerrada

O serviço de urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT), localizada na unidade de Abrantes, vai estar encerrado entre as 9h00 de quarta-feira, dia 29, e as 9h00 de 30 de junho, foi anunciado esta terça-feira.

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) aponta a “doença súbita de dois profissionais” como motivo para o encerramento daquele serviço durante 24 horas, tendo acrescentado que “as grávidas devem dirigir-se/serão encaminhadas para o Hospital de Santarém, e, caso se justifique, para outras unidades hospitalares da região”.

Contactada pela Lusa, a administração do CHMT disse que a sua urgência de Ginecologia-Obstetrícia “vai estar em situação de contingência durante 24 horas, desde as 09h00 de dia 29 de junho até às 09h00 de dia 30 de junho, por motivo de doença súbita de dois médicos obstetras, cuja substituição não foi possível assegurar em tão curto espaço de tempo”.

Assim, e “devido a este imprevisto, a Maternidade do CHMT, localizada na Unidade de Abrantes, vai estar encerrada das 09h00 de dia 29 de junho, até às 09h00 de dia 30 de junho”, refere.

Questionada pelo procedimento de contingência, o CHMT disse que “as grávidas e utentes com patologia ginecológica urgente que se desloquem ao Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT serão transferidas para o Hospital Distrital de Santarém, num transporte de ambulância assegurado pelo CHMT, que contará com o acompanhamento de um enfermeiro especialista da instituição”.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. A ministra foi de férias e deixou o SNS a arder! Costa chamou-a para tentar apagar o fogo. Agora, a mesma concluiu que o SNS precisa de ser reformulado. Só ao fim de cinco anos é que conclui que o SNS está em decadência? Agora, nem Santo António lhe pode valer. Só uma simbiose entre o privado e um SNS reduzido poderá ter ainda alguma viabilidade, mas o preconceito ideológico vai acabar por deixar marcas ruinosas.

  2. Mais do mesmo injeta-se dinheiro para o sr doutores e eles ficam contentes mais uns anitos depois voltamos ao mesmo.
    Os números não mentem e existe médicos suficientes por habilitantes para um SNS com um mínimo de qualidade o problema é sempre o mesmo GESTÃO !!! feita por pessoas competentes e não por Boys do PS ou PSD.

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