Médicos levam papel de casa para conseguir passar receitas

O Sindicato Independente dos Médicos decidiu “tornar público que os responsáveis, durante sete anos a proclamar o seu amor e compromisso com o SNS, não têm capacidade de resolver este simples problema”.

Depois de “repetidos ofícios a alertar para o problema e a exigir soluções”, o sindicado sentiu-se obrigado a “tornar público que os responsáveis, durante sete anos a proclamar o seu amor e compromisso com o Serviço Nacional de Saúde, não têm capacidade de resolver este simples problema“.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou para a falta de consumíveis nos centros de saúde, que chegou a obrigar os médicos de família a utilizarem “papel trazido de casa” para passarem receitas e requisição de exames.

“Têm caído em saco roto as queixas dos médicos de família sobre a falta de papel e consumíveis nos centros de saúde, uma situação que ocorre transversalmente em todas as administrações regionais de saúde, mas sobretudo em Lisboa”, sublinhou o sindicado em comunicado.

Depois de “semanas de utilização de papel trazido de casa pelos profissionais de saúde”, o SIM prevê a “necessidade de apelar aos doentes para eles mesmos trazerem o papel” para as receitas e os pedidos de exames.

Maria João Tiago, secretária regional de Lisboa e Vale do Tejo do sindicato, em entrevista à Renascença, revelou que existem mesmo centros de saúde a fazer “um racionamento do papel” e outros que nem sequer possuem o material.

“Os médicos já se organizam para trazerem de casa ou pedem aos doentes para levarem o seu próprio papel para escrever a receita lá”, revela Maria João Tiago.

A representante lamenta ainda “que não há qualquer solução” e que as várias entidades contactadas pelo SIM não assumem a responsabilidade.

É uma mão cheia de nada. Esta falta de condições é um dos motivos pelo que os médicos de família não ficam no SNS”, conclui a secretária regional.

ZAP //

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