Mattos Chaves defende “refundação” e encara eleições como “prova de vida”

Miguel Matos Chaves / Wikimedia

Miguel Mattos Chaves, vogal da Comissão Política Nacional do CDS

O candidato à liderança do CDS-PP, Miguel Mattos Chaves, afirma que o partido vive “uma situação muito complicada, sem representação parlamentar”.

O candidato à liderança do CDS-PP Miguel Mattos Chaves defende uma “refundação do partido” que permita aos centristas voltarem a ter representação na Assembleia da República e considera que os próximos atos eleitorais serão uma prova de vida.

Em entrevista à Lusa no âmbito do 29.º Congresso do CDS-PP, que vai decorrer em Guimarães (distrito de Braga) nos dias 2 e 3 de março, o vogal da Comissão Política Nacional afirmou que o partido vive “uma situação muito complicada atualmente, sem representação parlamentar”.

Por isso é que eu falo no termo refundar. Trata-se agora de uma situação que nunca experimentámos, estar fora do parlamento, e portanto é uma refundação do partido com o objetivo muito claro de aqui a quatro anos voltarmos ao parlamento, e é para isso que temos de trabalhar”, salientou.

Para tal, Miguel Mattos Chaves defende que a próxima liderança tem de “falar com todos os portugueses” e dizer “muito claramente e muito transparentemente” aquilo que quer para o país.

O candidato considerou que “todas as eleições” que o CDS vai disputar “até 2026 vão ser provas de vida”, a começar nas eleições europeias de 2024.

“Aquilo que nós temos que fazer é primeiro sanear a parte financeira herdada que prejudica e prejudicou muito o partido na sua atividade. A segunda é estruturar e divulgar o nosso programa de valores e de referências aos portugueses e a terceira é lutar pela reconquista daquilo que já tivemos e, se possível, expandir ainda para mais do que já tivemos”, apontou Mattos Chaves.

Questionado se o CDS deveria concorrer em listas próprias ou em coligação, o ex-líder da concelhia da Figueira da Foz e candidato pelo partido naquela autarquia defendeu que “um partido existe por si próprio, não existe para existir coligado” e que “é muito preferível haver acordos de incidência parlamentar que asseguram a manutenção da independência ideológica e programática dos partidos envolvidos”.

Quanto ao posicionamento ideológico, o candidato apontou que “o CDS é um partido de direita, não é do centro” porque “essa coisa do centro não existe”, devendo “afirmar muito claramente” as razões.

Sobre a situação financeira do partido, o candidato à liderança recusa abandonar a sede nacional, em Lisboa, considerando que “a saída do Caldas não é possível”, uma vez que “tal como a bandeira do CDS e o hino do CDS, é um símbolo”.

Quanto à necessidade de despedir funcionários, Mattos Chaves afirmou que a sua “intenção é não fazê-lo, como é óbvio, porque as pessoas vivem do seu trabalho”, mas “trata-se de primeiro definir as funções que são necessárias para o partido levar a cabo as suas atividades tanto a nível de organização interna como a nível de projeção externa, e portanto ver quem é preciso e quem não é preciso, quem se adequa às descrições de funções do planeamento e quem não se adequa”.

No congresso, caso a sua moção de estratégia global não seja a mais votada, Mattos Chaves diz que “o mais provável” é que ainda assim apresente uma lista de candidatos ao Conselho Nacional mas não à Comissão Política Nacional.

O 29.ª Congresso do CDS-PP vai decorrer nos dias 2 e 3 de abril, em Guimarães (distrito de Braga).

Na reunião magna vai ser eleito o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência na sequência do resultado nas eleições legislativas de 30 de janeiro (1,6%), o pior da história do partido e que ditou a perda de representação no parlamento.

Além de Nuno Correia da Silva, apresentaram-se também como candidatos à presidência do CDS-PP (para um mandato de dois anos) o eurodeputado Nuno Melo, o vogal da Comissão Política Nacional e ex-líder da concelhia da Figueira da Foz, Miguel Mattos Chaves, e o militante Bruno Filipe Costa.

// Lusa

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