Marte vai brilhar mais intensamente no céu noturno nas próximas seis semanas do que brilhou nos últimos 15 anos. O planeta vermelho estará assim no ponto mais próximo da Terra desde 2003, durante de junho e julho, quando o nosso planeta passar entre Marte e o Sol.
No dia 31 de julho, quando Marte estiver no auge do seu brilho, encontrar-se-á a 35,8 milhões de quilómetros da Terra, de acordo com o The Weather Channel.
Assim, o planeta ficará facilmente visível a olho nu ao longo do mês de julho, superando todas as estrelas mais brilhantes à medida que se aproxima do ponto mais próximo da Terra.
Este fenómeno – chamado de oposição periélica – ocorre quando a Terra passa diretamente entre Marte e o Sol. No mês passado, Júpiter estava em oposição ao nosso planeta, balançando cerca de 409 milhões de quilómetros da Terra.
A oposição de Marte acontece a cada dois anos, tendo o último sido registado em maio de 2016. No entanto, o fenómeno deste ano é especial pois, a algumas semanas da oposição, o planeta vermelho também atingirá o ponto mais próximo do Sol na sua órbita – periélio é o nome atribuído a este ponto.
De acordo com a NASA, a oposição periquélica ocorre apenas uma vez a cada 15 ou 17 anos, quando as órbitas da Terra e de Marte se alinham, tornando-os mais próximos.
No entanto, e apesar de Marte parecer muito brilhante e bonito a partir dos nossos quintais, a realidade do planeta é muito menos amigável. Atualmente, uma tempestade de areia está a assolar o planeta, cobrindo cerca de 10 mil milhões de acres da superfície do planeta vermelho.
“É uma das mais intensas tempesteadas já observadas no planeta vermelho”, disse a NASA num comunicado de imprensa.
A NASA colocou o rover Opportunity – que é movido a luz solar – em modo de suspensão para enfrentar a tempestade mas, ainda não é certo que o dispositivo sobreviva após a tempestade. A imagem abaixo apresentada mostra uma série de imagens que a agência espacial simulou a partir do posicionamento do robô.
Nestas imagens, são mostradas simulações de como parceria o sol e o céu a partir da superfície de Marte, na sua hora mais brilhante do dia, e à medida que a tempestade de areia piorava. Na simulação do extremo direito da imagem, o sol é totalmente apagado para o rover Opportunity.
O mais recente sonda da NASA, a Curiosity, funciona através de energia nuclear e está localizado numa área menos afetada pela tempestade de areia e, por isso, não parece ter sido tão afetado. Esta animação, também disponibilizada pela NASA, mostra a propagação da tempestade a partir do posicionamento de ambos os robôs.
O robô Opportunity encontra-se em Marte desde 2004. Inicialmente, foi concebido para durar apenas 3 meses, mas continuou a operar durante quase 15 anos.
ZAP // Science Alert