“Mais próximo do que nunca”: Marques Mendes dá sinal sobre a Presidência da República

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Antigo líder do PSD disse que voltará a falar “daqui a uns meses” sobre a sua possível candidatura a Belém.

O ex-líder do PSD Marques Mendes afirmou nesta quinta-feira que está “mais próximo do que nunca” de tomar uma decisão sobre uma eventual candidatura presidencial, prometendo falar “daqui a uns” meses, seja para avançar ou não.

O comentador televisivo falava aos jornalistas à entrada para a Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide (Portalegre) até domingo.

Mendes escusou-se a dizer se está ou não mais próximo de ser candidato a Belém ou a comentar “potenciais candidatos”, dizendo que se mantém tudo o que afirmou há um ano, quando, em declarações à SIC, admitiu essa possibilidade, em certas condições.

“Se eu um dia achar que com uma candidatura à Presidência da República posso ser útil ao país – é isso que conta -, se vir que tem alguma utilidade para o país uma candidatura minha e um mínimo de condições para se concretizar, sou franco, tomarei essa decisão”, afirmou, então.

À entrada para a iniciativa dos sociais-democratas, o antigo líder do PSD entre 2005 e 2007 foi questionado sobre o tema das presidenciais, que nos últimos dias voltou a estar na agenda mediática, quer por uma entrevista do secretário-geral do PSD, Hugo Soares – em que acrescenta a ex-ministra Leonor Beleza à lista de potenciais candidatos – quer pelo perfil traçado na moção de estratégia de Luís Montenegro, que diz esperar pela disponibilidade de militantes do PSD.

Marques Mendes classificou como “normais” quer a entrevista de Hugo Soares – considerando que até poderia ter falado em mais nomes de potenciais candidatos a Belém do PSD – quer no perfil traçado na moção de Montenegro, que diz seguir “a tradição do PSD dos últimos 20 ou 30 anos”.

Ainda antes de ser questionado sobre o nome de Leonor Beleza, afirmou que não iria comentar qualquer “potencial candidato presidencial”, seja da direita, do centro ou da esquerda.

Quando houver candidatos, posso comentar. Enquanto não houver candidatos, não vou comentar ninguém”, disse.

Já sobre a sua eventual disponibilidade, o comentador televisivo recordou que, há precisamente um ano, admitiu publicamente que poderia ponderar uma candidatura, se se verificassem duas questões.

“Primeiro, se de acordo com a minha reflexão eu considerasse que podia ser útil ao país, questão mais importante. Segundo, se também de acordo com a minha reflexão, tivesse condições políticas para avançar. Durante um ano não disse uma palavra. Hoje quero dizer-vos que mantenho tudo quanto disse há um ano, e talvez possa acrescentar uma pequena coisa”, afirmou.

E acrescentou: “Talvez esteja mais próximo do que nunca de tomar uma decisão. Talvez não tenha estado nunca tão próximo de uma decisão. Primeiro porque as eleições presidenciais estão mais próximas, são distantes, mas são menos distantes que há um ano”, afirmou.

Por outro lado, disse, a sua reflexão pessoal “também está mais adiantada do que estava há um ano”, embora repetindo que ainda não tem uma decisão tomada.

Daqui a uns meses falaremos. Qualquer que seja a minha decisão”, disse, escusando-se a apontar um mês em concreto para esse anúncio e afastando que possa falar no tema no Congresso do PSD marcado para 21 e 22 de setembro.

Tal como há um ano, mantém que nunca falou com o presidente do PSD, Luís Montenegro, sobre o tema presidenciais.

“As decisões são dos candidatos, são pessoais, são individuais, de acordo com a sua reflexão. Os candidatos surgem por si, não surgem pela mão dos partidos. Essa é a tradição, e é uma boa tradição, a única capaz de garantir um mínimo de independência no exercício da função por parte de um candidato e de um presidente”, afirmou.

Traumas da “troika”

Marques Mendes reconheceu que ainda existem traumas do tempo da “troika”, mas defendeu que um ministro das Finanças do PS teria tomado as mesmas medidas do que os sociais-democratas.

O comentador televisivo foi o convidado do jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD e foi questionado sobre a escolha do Governo da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque para o cargo de comissária europeia, que mereceu críticas de toda a esquerda, incluindo de várias figuras do PS, que associaram a antiga governante ao período da austeridade e da ‘troika’.

“A decisão é uma decisão correta e uma decisão positiva e Maria Luís Albuquerque tem perfil para exercício da função”, começou por dizer Marques Mendes.

O ex-líder do PSD entre 2005 e 2007 reconheceu, no entanto, que “há ainda um grande trauma do tempo da ‘troika’”, período em que foram pedidos “muito sacrifícios”, e disse compreender “alguns ressentimentos”.

“Toda a gente tem direito a ter a sua opinião, mas devemos ser rigorosos e evitar demagogia”, afirmou, defendendo que se tivesse sido o PS a vencer as eleições em 2011 e a governar as medidas teriam sido exatamente as mesmas, uma vez que estavam previstas no acordo assinado com a “troika”.

Quem mandava era a ‘troika’, o discurso podia ser outro, a comunicação podia ser diferente. Mas sejamos francos e honestos e não sejamos demagógicos: com um ministro das Finanças socialista ou social-democrata as medidas eram aquelas porque eram aquelas que os credores impunham a Portugal”, afirmou.

Na sua intervenção, que se estendeu por cerca de duas horas e meia, Mendes reafirmou uma convicção que já expressou no seu comentário televisivo da SIC quanto ao próximo Orçamento do Estado.

“É uma novela sem grande sentido: o Orçamento vai passar, ponto final parágrafo. Acho que este debate é muito pobre, gostava muito mais de um debate travado em torno do que vai ser o conteúdo” do documento, apelou.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Comentadores (as) Politico (as) , no espaço Televisivo , é por os vistos o requisito obrigatório para ser Candidato (as) á P.R . o resto pouco importa . Papagaios , não faltam !

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