Marcelo espera um Natal tranquilo e vacinação de crianças “sem dramatização”

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República disse, esta sexta-feira, esperar que os pais sejam “sensíveis” aos argumentos dos especialistas quanto à vacinação contra a covid-19 de crianças e apelou para que processo se faça “sem dramatização”.

“Naturalmente que os pais e bem quiseram, saber mais e quiseram estar informados e por isso a vacinação arranca só daqui por uns dias e durará o tempo suficiente para permitir livremente aos pais decidirem. Eu espero que sejam sensíveis aos argumentos dos especialistas, mas decidam livremente em consciência”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da reunião do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves, no Porto.

Aos jornalistas, o Presidente da República defendeu que o processo de vacinação dos mais novos tem de ser visto “sem dramatização” e disse também acreditar que a adesão será, à semelhança de noutras faixas etárias, “progressiva”.

“Quando foi dos 12 aos 17 anos havia muitas dúvidas e num primeiro momento houve naturalmente resistências e interrogações, depois houve uma adesão progressiva. Tenho a sensação que é o que vai acontecer aqui, mas em liberdade”, observou, lembrando que em Portugal o grande tema não é se a vacinação se torna obrigatória, mas se se obtém “mais esclarecimentos para podermos livremente vacinar-nos”, realçou.

E, acrescentou, “penso que esta questão tem de ser vista sem dramatização“.

Recusando pronunciar-se sobre se o parecer da Direção-Geral de Saúde (DGS) quanto à vacinação das crianças foi tardio, o Presidente da República disse apenas que, “a ideia foi esperar pelo parecer definitivo”.

“Faz sentido”, afirmou, lembrando ainda que o documento é “muito claro” e que todos “cumpriram a sua missão”.

“Quem pediu a divulgação dos pareceres cumpriu a sua missão, quem disse há que esperar para que os especialistas tenham a versão definitiva cumpriu a sua missão”, salientou.

Em Portugal, as crianças dos 5 aos 11 anos vão ser vacinadas contra a covid-19 a partir do fim de semana de 18 e 19 de dezembro, anunciou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

O Presidente da República disse ainda não ver razões para o país estar numa situação diferente da atual no Natal, considerando que com a vacinação se está a caminhar para “o enfraquecimento da pandemia”.

“Não vejo razões para daqui a 15 dias estarmos numa situação que não seja a lógica da continuação da situação que vivemos hoje. Portanto, eu diria que nós estamos a caminhar progressivamente, até por causa da vacinação, para o enfraquecimento da pandemia”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre se os portugueses poderiam este ano ter um Natal mais tranquilo.

No entanto, “esse caminho” tem de ser feito “com bom senso, sem dramatização e com o mínimo de prevenção”.

Já quanto ao aumento da incidência em algumas regiões do país, o chefe de Estado salientou que “nunca se testou o que se testa” atualmente, seja para espetáculos, eventos, encontros familiares ou no dia-a-dia.

“Não tem comparação com o que se testava há um ano. Testa-se muitas vezes mais e de repente a diferença de positivos é insignificante, estava em três mil, quatro mil casos [positivos à covid-19] para milhares, milhares, milhares de testes”, observou.

Lembrando que a variante Ómicron é mais contagiante, mas menos mortal, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a situação tem de ser encarada “com cabeça fria”.

“Isto é, atentos, prevenindo, mas sem dramatizações. Sobe a incidência, mas não sobe a mortalidade”.

// Lusa

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