Este sábado, milhares de pessoas de todo o país saíram às ruas em protestos, pelo direito à habitação, e deixaram críticas a António Costa e a Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República considera as manifestações “importantes e por uma boa causa”.
Milhares de pessoas exigiram, este sábado, em muitos pontos do país, o direito à habitação e pediram ao Governo de António Costa e ao Presidente da República mais respostas e uma intervenção mais eficaz.
Em Lisboa, o protesto iniciou-se pelas 15h. Os manifestantes, entre os quais muitos jovens, gritavam palavras de ordem como “A casa custa, queremos uma vida justa” e carregavam cartazes e faixas onde se podiam ler frases como “O vosso lucro é a nossa miséria” ou “ Mais baldios, menos senhorios”.
“Não é possível que numa cidade com tantas casas, existam tantas pessoas que tenham que morrer na rua”, afirmou um estudante universitária, em declarações à agência Lusa.
Presente no mesmo protesto, um jovem, de 22 anos, considerou ser “imperativo” sair à rua para que o Governo oiça as reivindicações dos portugueses e adote uma “política da habitação que revolucione”, lembrando que o país tem milhares de casas vazias.
“Não podemos ter casas vazias, enquanto há gente na rua […], enquanto houver gente que não consegue pagar a renda”, defendeu, lamentando os “lucros multimilionários da banca” e a especulação, como a feita pelos senhorios, quando o povo “continua com a corda ao pescoço”.
O problema, conforme apontou, atravessa idades e classes, empurrando já muitos trabalhadores com o salário médio para a “periferia da periferia”, quando a casa é uma das “primeiras liberdades” e, sem ela, “as outras estão muito condicionadas”.
Marcelo agiu de má fé?
Outro jovem, referindo-se ao pacote Mais Habitação – que considerou, contudo, ter “uma ou outra medida interessante” – diz que não responde às necessidades do país, mantendo assim uma “política estrutural de entregar o direito à habitação ao mercado, que está sem controle e puramente especulativo”.
Ainda assim, mostrou-se contra o veto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por acreditar que este foi feito pelas más razões e não para “enfrentar a mercantilização habitacional”.
Entretanto, na noite de ontem, o chefe de Estado promulgou o “novo” pacote e justificou que vetou uma das leis por a achar “curta”, mas prefere “qualquer coisa mesmo que curto a nada”.
“Eu espero que corra bem. Regulamente rapidamente as leis e que avance com aquilo que constitui uma meta importante para o fim da legislatura. Se o Mais Habitação correr bem é uma “boa notícia para todos”, frisou.
Se o Governo conseguir, a partir desta lei, satisfazer o “querer de milhares e milhares de portugueses é bom” e uma forma democrática de resolver os problemas, considerou o Presidente da República.
Marcelo aplaudiu os protestos
Marcelo Rebelo de Sousa disse que as manifestações que decorreram, este sábado, pelo país contra a crise na habitação são “importantes, por uma boa causa e sinal de que a democracia está viva”.
“Em democracia manifestar é um direito fundamental (…), é sinal de que a democracia está viva”, afirmou Presidente da República.
Na opinião do chefe de Estado, estas manifestações mostram que as pessoas querem encarar o problema da habitação e acelerar processos para a sua resolução.
O importante é que, concordando ou discordando, as manifestações decorram “de forma pacífica”, referiu.
ZAP // Lusa
“Não é possível que numa cidade com tantas casas, existam tantas pessoas que tenham que morrer na rua”
Eu percebo que ter que trabalhar para comprar uma casa é uma chatice, mas é a vida. Quem não tem dinheiro para comprar ou arrendar casa em Lisboa, que vá para os arredores como toda a gente faz. E este tipo de frases é perigoso, o que é que a menina está a sugerir, que se arrendem as casas ã força a preços baixos?
Habituados a ter tudo de mão beijada, há pelo menos duas décadas e meia , o resultado só podia ser este…
1- Nem todos podem ser estudantes de ensino superior…
2- Nem todos podem morar nas grandes cidades…
3- É para estudar não é para borgas
4- Portugal, não são só as grandes cidades, existe um Portugal esquecido , magnifico que os mais “inteligentes” estão a tomar conta …
5- As casas desocupadas têm um dono, o estado que liberte os milhares de imoveis que tem, ao invés de recrutar boémios
Todos têm que se adaptar, não são só os empresários…
Existem casas desocupadas? A minha não é, se eu a tivesse, já estava a explorar os turistas e se os que agora reclamam também as tivessem faziam o mesmo, é muito bonito quando são dos outros…
Uns conseguem outros não, uns ficam outros vão, é a lei da vida…
Resposta ao comentário publicado a 2 de Outubro, 2023 às 9:24 – Concordo plenamente mas não é «…há pelo menos duas décadas e meia…» mas sim há 49 anos.
«…1- Nem todos podem ser estudantes de ensino superior…», cem por cento de acordo consigo, a degradação e facilitismo que se instalou no Ensino Público por parte dos liberais/maçonaria e a possibilidade de comprar habilitações no Ensino Privado, criaram uma massa de indivíduos com o 12º ano, licenciaturas, mestrados, ou doutoramentos, que para além de não terem perfil e capacidade para as áreas em que se formaram, se fossem submetidos a verdadeiras avaliações chumbavam todos.
«…2- Nem todos podem morar nas grandes cidades…», nas grandes Cidades moram os naturais das mesmas que têm o direito inalienável de viverem na terra onde nasceram.
«…5- As casas desocupadas têm um dono, o estado que liberte os milhares de imoveis que tem…», os proprietários de imóveis são obrigados por Lei a dar-lhes uso e a ter os mesmos nas devidas condições tanto por fora como dentro, sempre foi assim, não estão acima das Leis da República, os imóveis do Estado foram construídos para funções específicas, o Clero – que é o maior senhorio do País – que libere os imóveis que tem.
«…Todos têm que se adaptar, não são só os empresários…», os Portugueses não têm que se adaptar a uma agenda política, económica, e de engenharia social, com a qual não se identificam nem tão pouco foi votada.
«…Existem casas desocupadas? A minha não é, se eu a tivesse, já estava a explorar os turistas…», imóveis construídos para habitação não podem ser colocados para alojamento local, turístico, temporário, ou de curta duração, é proibido por Lei.
«…Uns conseguem outros não, uns ficam outros vão, é a lei da vida…», na verdade os que “conseguem” não conseguiram com trabalho, mérito, esforço, e perfil, mas graças ao dinheiro que roubaram nestes último 49 anos e através da cunha de familiares, amigos, seita política ou religiosa, fazem parte do esquema criminoso, que em breve terá um fim, paciência, é a lei da vida como refere.