Novo “mapa da pele” pode ser a chave para acabar com as cicatrizes

Uma nova pesquisa recorreu ao sequenciamento de células e descobriu que os macrófagos promoveram a formação de vasos sanguíneos para criar novos folículos capilares.

Na quarta-feira, um artigo publicado na revista Nature trouxe uma descoberta que promete revolucionar os transplantes de pele: uma espécie de mapa da pele humana, com informações detalhadas das células. A equipa também criou um organóide de pele com a capacidade de fazer crescer cabelo.

A ideia desse atlas desenvolvido pelos cientistas da Universidade de Newcastle e do Cambridge Stem Cell Institute (Reino Unido) é entender como a pele se forma e o que dá errado em caso de doença.

Para o estudo, os investigadores usaram sequenciamento de células e outras técnicas genómicas. As descobertas devem ser usadas ​​para a criação de novos folículos capilares em medicina regenerativa e transplantes de pele para vítimas de queimaduras.

Usando o organoide, mostraram como as células imunes desempenham um papel importante no reparo da pele sem cicatrizes, o que pode levar a aplicações clínicas para prevenir cicatrizes após cirurgias.

Mapa da pele

Esse é o primeiro atlas espacial e de célula única da pele pré-natal humana. A equipa usou amostras de tecido de pele pré-natal. No artigo, os autores também descreveram como os folículos capilares humanos são formados e identificaram diferenças entre folículos de camundongos e humanos.

No caso do organóide descrito no artigo da Nature, os cientistas compararam as características moleculares com a pele pré-natal, e então descobriram que o modelo se assemelhava mais à pele pré-natal do que à pele adulta.

“A equipa descobriu que os vasos sanguíneos não se formaram no organóide da pele, bem como na pele pré-natal. Ao adicionar células imunes conhecidas como macrófagos ao organóide, viu que os macrófagos promoveram a formação de vasos sanguíneos, e a equipa realizou imagens 3D para avaliar a formação de vasos sanguíneos dentro do tecido”, diz o comunicado do Cambridge Stem Cell Institute.

Formação da pele humana

“Embora se saiba que as células imunes protegem a pele, esta é a primeira vez que os macrófagos demonstraram desempenhar um papel fundamental na formação da pele humana, apoiando o crescimento dos vasos sanguíneos. Isso oferece uma opção para melhorar a vascularização de outros organóides de tecido e também mostra como os macrófagos desempenham um papel importante no reparo da pele sem cicatrizes”, acrescenta o comunicado.

O atlas da pele humana também será usado para identificar em quais células os genes estão ativos, conhecidos por causar distúrbios congénitos de cabelo e pele.

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