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Astrónomos criam o mais preciso mapa do passado do Universo

Pablo Carlos Budassi / Wikimedia

Conceito artístico do aspecto de todo o Universo conhecido / observável numa única imagem radial logarítmica, por Pablo Carlos Budassi

Este mês, uma equipa de astrónomos apresentou aquele que é considerado o maior mapa 3D da evolução do universo.

A imagem foi divulgada no European Week of Astronomy and Space Science, em Liverpool, na Inglaterra, e foi criada por um trabalho colaborativo entre várias instituições do mundo.

Uma equipa liderada pelo Dr. David Sobral, da Lancaster University, fez o gráfico usando o telescópio Subaru, no Havai, e o telescópio Isaac Newton, nas Ilhas Canárias.

“Olhando para trás no tempo para 16 diferentes épocas entre 11 e 13 mil milhões de anos atrás, os investigadores descobriram quase 4.000 galáxias antigas, muitas das quais evoluíram para galáxias como a nossa própria Via Láctea”, explica o anúncio oficial.

O mapa é representado por um cubo que mostra a distância das galáxias em anos-luz em relação à Terra. A posição de todas as galáxias vistas aparecem na imagem pelos círculos. Quanto mais voltado ao vermelho, mais perto da Terra as galáxias estão, enquanto, quanto mais para o azul, mais longe se posicionam em relação ao nosso planeta.

“A luz das galáxias mais distantes leva milhares de milhões de anos para chegar até nós. Isso significa que os telescópios funcionam como máquinas do tempo, permitindo que os astrónomos vejam galáxias no passado distante”, explica o documento.

Cientistas conseguem ter uma noção de posicionameneto das galáxias pela cor emitida

Segundo os cientistas, a luz dessas galáxias também é esticada pela expansão do Universo, aumentando o seu comprimento de onda para torná-lo mais vermelho. Este chamado efeito redshift está relacionado com a distância da galáxia.

Ao medir o desvio para o vermelho de uma galáxia, os astrónomos conseguem deduzir a sua distância e quanto tempo a sua luz levou para chegar até nós.

Segundo um dos membros do projeto, Sergio Santos, da Universidade de Lancaster, foram usadas imagens de 16 câmaras com filtros especiais para dividir o universo nestes pontos. Já Sobral explica que apenas entre 20% a 27% das galáxias encontradas podem ser caracterizadas como atuais. “O resto é proveniente de luz vinda do passado e que chegou somente agora até nós”, diz o cientista.

“A maior parte das galáxias distantes que encontramos tem apenas cerca de 3 mil anos-luz de diâmetro, enquanto a Via Láctea é cerca de 30 vezes maior. A sua compactação provavelmente explica muitas das suas excitantes propriedades físicas que eram comuns no início do Universo ”, comenta outra pesquisadora Ana Paulino-Afonso, aluna de doutorado em Lancaster e Lisboa.

“Algumas dessas galáxias deveriam ter evoluído para se tornarem como as nossas e, portanto, podemos constatar que nossa galáxia pode ter parecido há 11 a 13 mil milhões de anos”, informa.

O trabalho foi feito com a colaboração de estudantes de Leida, na Holanda; Lisboa, em Portugal; e Califórnia, nos Estados Unidos.

ZAP // Ciberia / CanalTech / EWASS

 

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