Manuais digitais chegam a todas as escolas em 2026

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Educação, João Costa

Os manuais digitais estão a ser utilizados em 66 agrupamentos e chegam a cerca de 12 mil alunos, um número três vezes maior do que no ano passado. O Governo espera que estejam em todas as escolas até 2026.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Educação, João Costa, disse esperar que até ao final da legislatura esta seja uma realidade em todas as escolas. O ministério vai nos próximos meses trabalhar com as editoras – que são quem produz estes conteúdos – para definir como irá avançar a medida.

De acordo com o programa do Governo, o objetivo é usar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para dotar as escolas de instrumentos e meios de modernização tecnológica e promover a generalização das competências digitais de alunos e professores.

O calendário da chegada dos manuais digitais aos diferentes níveis de ensino terá de ser acertado “com os tempos das aquisições e revitalizações dos manuais escolares em papel”, disse o ministro João Costa.

Segundo o Jornal de Notícias, em 2021 a desmaterialização de manuais escolares abrangeu 24 agrupamentos e 3700 alunos. O Agrupamento de Escolas da Boa Água, em Sesimbra, foi um dos primeiros a fazê-lo. A transição começou em 2014, com todas as turmas a partir do 4.º ano a utilizar recursos digitais nas aulas.

“Temos um sistema de aprendizagem completamente diferente. Trabalhamos sempre com grupos e os professores não fazem o trabalho tradicional de ensino. Ajudam no processo de aprendizagem. Os alunos portam-se muito bem porque são felizes a fazer as coisas assim. Não temos problemas disciplinares”, afirmou ao jornal Nuno Mantas, diretor do Agrupamento de Escolas da Boa Água.

O diretor apontou como mais-valias “o menor peso nas mochilas”, a “diminuição do desperdício” do papel e o “acesso a um universo de informação digital muito mais apelativo” nos “dispositivos e bases de dados que as editoras constroem”.

Um estudo da Universidade Católica, citado pelo ministro João Costa, revelou que os manuais digitais tiveram uma “belíssima adesão” por parte de alunos, professores e famílias. Entre os principais problemas identificados estava a qualidade da Internet nas escolas mas “dentro de dois anos” este será uma questão ultrapassada já que decorrem concursos para melhorar a rapidez do serviço, afirmou.

Outra novidade é a instalação de cerca de 1300 laboratórios de educação digital este ano, avançou ainda.

Segundo o ministro, a partir do momento em que cada aluno tem o seu portátil, o modelo da sala TIC, onde estão os computadores, torna-se desnecessário. Mas são necessários espaços onde há impressoras 3D e mesas de modelação.

ZAP //

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