Estamos mais perto da cura para as lesões no sistema nervoso

Uma equipa de cientistas descobriu como funciona o mecanismo molecular que leva a que os nervos de um verme se curem e têm esperanças de que este seja replicado nos pacientes humanos no futuro.

Os nossos nervos são essenciais para todas as funções básicas do nosso corpo, mas são surpreendentemente delicados dada a sua importância, comunicando com estruturas longas e finas, quase como cabos, chamadas axónios, que se podem quebrar. Quando estas ligações se quebram, são muito difíceis de se reparar.

Um novo estudo publicado na Science Advances descobriu uma pequena nematoda — Caenorhabditis elegansque é a equivalente invertebrada a um rato de laboratório e pode ser a chave para um novo tratamento para os danos nervosos.

O C. elegans já é muito que é utilizado em experiências em laboratório, já que o seu corpo simples e transparente permite que se acompanhem facilmente as suas células individuais ao longo do seu desenvolvimento e muitas descobertas sobre doenças em humanos foram feitas em estudos que partiram destes vermes.

Em 2015, foi descoberto que o C. elegans tinha a incrível capacidade de se auto-curar ao voltar a juntar espontaneamente dois fragmentos de axónios separados, um processo conhecido como fusão axonal, escreve a Cosmos.

A mesma equipa continuou a estudar mais aprofundadamente os mecanismos moleculares que causam esta auto-cura e descobriram que a enzima ADM-4 é essencial para regular as proteínas que servem de cola para os axónios.

Sobre a perspetiva deste mecanismo ser aplicado a criaturas mais complexas, há esperança, já que a ADM-4 é semelhante a um gene dos mamíferos, havendo assim a possibilidade futura de replicarmos este processo nos humanos.

Xue Yan Ho, autor principal do estudo, está entusiasmado perante este cenário. “Se conseguimos entender como controlar este processo, podemos aplicar este conhecimento a outros modelos de animais”, começa.

“A esperança é de que um dia possamos induzir o mesmo processo mecânico em pessoas que sofreram danos nos nervos. Ainda estamos longe deste objetivo, mas a descoberta do papel da ADM-4 é um passo em frente importante”, conclui.

ZAP //

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