“Love hotels” no Japão acusados de discriminar casais homossexuais

Casais homossexuais dizem que estes “love hotels” inventam desculpas para recusar a sua entrada, apesar da mudança na lei em 2018.

De acordo com o jornal The Guardian, estes “love hotels” são muito famosos no Japão, sendo usados por casais à procura de privacidade e que querem ter um momento íntimo. Mas parece que nem todos estão a ser bem recebidos.

Segundo o jornal britânico, são vários os casais homossexuais que dizem ter sido rejeitados nestes hotéis e grande parte deles assume mesmo que só aceita casais heterossexuais.

“Nada diminui mais a perspetiva de uma noite romântica do que uma política de hotel homofóbica”, afirma um membro da comunidade LGBT de Tóquio. “Fomos tratados como cidadãos de segunda classe”, lamenta outro, a quem foi negada a entrada.

Akira Nishiyama, um dos responsáveis pela “Japan Alliance for LGBT Legislation”, afirma que as rejeições de casais do mesmo sexo em hotéis são comuns, embora esta seja, na verdade, uma prática ilegal. Em 2018, uma revisão da lei de negócios hoteleiros declarou que os hotéis “não devem rejeitar hóspedes com base na sua orientação sexual ou identidade de género”.

E, segundo o diário inglês, nas raras ocasiões em que os clientes denunciam um hotel por homofobia, as autoridades simplesmente oferecem aos proprietários “orientação administrativa” – uma medida que ativistas LGBT dizem não ter qualquer influência legal.

Apesar da crescente consciencialização sobre os direitos LGBT, o Japão ainda é o único país do G7 que não reconhece casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Uma pesquisa publicada esta semana mostra que 79% dos entrevistados disseram já ter ouvido comentários discriminatórios sobre minorias sexuais no trabalho ou na escola.

De acordo com Nishiyama, a falta de proteção legal para as minorias sexuais no país faz com que ainda seja “muito difícil” para vários japoneses assumirem a sua sexualidade.

“Sítios como estes ‘love hotels’, onde as pessoas LGBT podem ter privacidade garantida, são realmente importantes. São estes lugares que tornam possível para estas pessoas serem quem são e estarem com os seus parceiros, sem medos.”

ZAP //

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