Lobos também são sensíveis ao contágio dos bocejos

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Tambako the Jaguar / Flickr

Um grupo de investigadores da Universidade de Tóquio constatou que os lobos também são sensíveis ao contágio dos bocejos, o que poderá estar relacionado com a sua capacidade de empatia.

Esta é a principal conclusão de um estudo que foi publicado na revista PLoS One e em que participou a espanhola Teresa Romero, que é investigadora na universidade japonesa.

Para realizar este trabalho, os investigadores seguiram 12 lobos – seis machos e seis fêmeas – do Jardim Zoológico Tama, em Tóquio, durante cinco meses.

Na sua observação, os investigadores analisaram os lobos que bocejaram em primeiro lugar e a reação dos que se encontravam num raio de dois metros.

O objetivo era comprovar se os lobos que estavam próximos bocejavam ou não nos três minutos seguintes, detalhou à agência EFE Teresa Romero.

Perante as observações, concluiu-se que “nos lobos, tal como nos humanos e cães, os vínculos sociais aumentam a sensibilidade de contágio de bocejos”, adiantou a investigadora espanhola.

Outra das conclusões deste estudo é que as fêmeas reagem muito mais rápido que os machos ao bocejo, embora a frequência total seja igual para ambos, acrescentou.

Isto sugere que as fêmeas são mais sensíveis aos estímulos em seu redor – mas é de notar que nos humanos não foi detetado nenhuma diferença entre homens e mulheres em resposta aos bocejos.

Empatia

Os autores do artigo sublinham que, apesar da pequena amostra de lobos observados, os resultados proporcionam os primeiros indícios de que o contágio do bocejo pode estar relacionado com a capacidade dos lobos para a empatia e sugere que os mecanismos desta poderão ser aplicados em mais espécies do que aquelas que se pensava até agora.

Romero explicou que a empatia é um conceito muito amplo que abarca desde formas básicas, como o contágio emocional, a formas mais complexas apenas descritas em humanos.

As formas menos complexas foram detetadas em distintas espécies de animais, desde chimpanzés a ratos.

Por exemplo, recentemente foi documentado a sensibilidade dos cães ao bocejo quando estão expostos a um bocejo de um humano, mas não é clara se esta capacidade tem raízes na evolução destes animais ou se está relacionada com a sua domesticação.

“Nos lobos, assim como em primatas e cães, o bocejo é contagiante, especialmente naqueles que mantêm estreitos vínculos sociais. Os resultados sugerem que o contágio dos bocejos é uma característica ancestral compartilhada por outros animais e tais habilidades revelam uma conexão emocional entre os indivíduos“, concluiu Romero.

/Lusa

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