Lesão cerebral: guarda-redes autorizada a jogar saiu 15 minutos depois

(dr) Manchester City Football Club

Ellie Roebuck, guarda-redes do Manchester City

“Se as substituições temporárias fossem permitidas…”, lembra uma associação. Caso aconteceu no Manchester City.

Tottenham Hotspur e Manchester City encontraram-se neste domingo, num dos jogos mais aguardados do fim-de-semana no futebol feminino, em Inglaterra. O jogo da Super League, que juntou terceiras e quintas classificadas, terminou com vitória das visitantes por 1-0.

No The Hive Stadium, Caroline Weir marcou o único golo nesse duelo e poderia ser a protagonista do jogo em Londres. Mas a protagonista involuntária acabou por ser Ellie Roebuck.

Pouco depois do golo, aos 68 minutos, a guarda-redes de Manchester chocou com Ashleigh Neville, a defesa do Tottenham que cometeu falta.

Ficou no chão, foi vista durante algum tempo mas, após análise da equipa médica do City, teve autorização para continuar a jogar. E ficou no relvado.

No entanto, 15 minutos depois, já na recta final do encontro, Ellie ficou novamente no chão e aí sim, foi substituída pela jovem Khiara Keating, aos 86 minutos.

Este choque deu-se um dia depois de outro choque, num treino. A revelação foi dada pelo treinador do Manchester City, Gareth Taylor, que explicou que a substituição foi uma opção tomada por precaução.

“A visão dela estava um pouco deturpada, no olho direito. Não podíamos correr o risco, precisávamos de ter a certeza de que ela estava segura”, afirmou o técnico.

Suspeita-se que Ellie Roebuck sofreu uma concussão cerebral. “Se as substituições temporárias devido a concussão fossem permitidas…”, lembrou Luke Griggs, da associação Headway, que se dedica a ajudar pessoas com lesões cerebrais.

“Olhando para as imagens e ouvindo o treinador, parece claro que suspeitaram que a jogadora sofreu uma concussão cerebral, na colisão com a Ashleigh Neville. Concordamos com o treinador: não é preciso correr riscos – então porque demoraram 15 minutos a substituir a jogadora?”, questionou Luke Griggs, que reforçou o apelo à introdução da regra da substituição temporária.

As substituições temporárias em casos de concussão cerebral – 10 minutos fora do relvado para avaliação e tratamento – não são permitidas.

Em vários países, incluindo em Portugal, foi autorizada uma substituição extra (e permanente) nesses casos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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