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Leopardos “quase invisíveis” estão a prosperar na China

O número de espécimes de leopardo-do-norte-da-china (Panthera pardus orientalis) que habitam o Planalto de Loess tem aumentando nos últimos anos, contrariando a trajetória da maioria das populações mundiais da espécie.

Os resultados são de um estudo da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, que dão conta que esta subespécie de leopardo está a prosperar no norte da China, ao contrário da maioria das subespécies de leopardo que se encontram em risco de extinção.

Ficamos bastante surpreendidos com o aumento do número de leopardos, pois as suas populações estão a diminuir em muitos outros lugares. Sabíamos que havia leopardos nesta área, mas não tínhamos ideia de quantos ”, diz Bing Xie, aluna de doutoramento de Biologia da Universidade de Copenhaga e um dos cientistas envolvidos do estudo.

Juntamente com cientistas da Universidade de Beijing, em Pequim, Xie analisou cerca de 800 quilómetros quadrados do Planalto de Loess entre 2016 e 2017.

Os resultados do estudo mostram que o número de leopardos aumentou de 88 em 2016 para 110 em 2017 – deu-se um aumento de 25% e os cientistas suspeitam que os números continuem a aumentar nos últimos anos, segundo escreve o portal Futurity.

O crescimento do número de leopardos está relacionado com a implementação de um plano do Governo chinês para restaurara a biodiversidade na região.

“Há cerca de 20 anos, grande parte do habitat florestal do Planalto de Loess foi transformado em terras agrícolas. A atividade humana espantou javalis, sapos e veados – tornando impossível para os leopardos encontrarem comida. Agora que grande parte da floresta foi restaurada, as presas voltaram, assim com os leopardos”, explica Xie.

“Muitos moradores não tinham ideia da existência de leopardos nesta área, então ficaram extremamente entusiasmados e surpresos (…) E foi um sucesso para o Governo, que esperava maior biodiversidade na área”, continuou, citada em comunicado.

Para contabilizar o número de felinos, a equipa de cientistas instalou câmaras na área em causa. Apesar de terem captado imagens de mais felinos do que imaginavam, nenhum cientista conseguiu ver estes animais com os seus próprios olhos.

“Os leopardo são extremamente tímidos com o Homem e escapam-se silenciosamente. É por isso que não é incomum que os estudemos por 10 anos sem observar fisicamente um”.

Xie, que publicou recentemente os resultados da investigação na revista Integrative Zoology, promete continuar a estudar estes felinos: “O fato de 98% do habitat do leopardo ter sido perdido ao longo dos anos deixa-me muito triste. Tenho um grande amor por estes felinos e vou continuar a investigar sobre a melhor forma de protegê-los“.

ZAP //

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