Lavar louça: a escova é melhor do que a esponja – se pensarmos nas bactérias

“Eu não usaria esponjas de cozinha. Na verdade, não faz sentido para mim usar esse utensílio. Uma escova é muito melhor”.

Lavar a louça, quando é feito à mão, é um gesto quase sempre associado a uma esponja. Amarelo de um lado, verde do outro, já sabemos.

Mas também já sabemos que a húmida e muito usada esponja é um íman para bactérias. É um ambiente perfeito para bactérias.

Aliás, se uma bactéria falasse, e se lhe perguntássemos qual seria a sua casa ideal, provavelmente ela iria responder que era uma esponja de lavar a louça. Tem humidade, está quentinha temporariamente, e está cheia de migalhas de alimentos nutritivos.

Já chegaram a ser descobertas nada mais nada menos do que 362 espécies de micróbios em esponjas; e a densidade chegou a 54 mil milhões de bactérias… por centímetro quadrado.

E como as esponjas estão cheias de orifícios, de buraquinhos, mais fácil é para as bactérias formarem comunidades. Têm companhia, ficam todas contentes.

No entanto, salienta a BBC, tanta bactéria não tem de ser sinónimo de risco para saúde. O risco é maior para pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.

Para evitar problemas de saúde, podia-se pensar em aquecer a esponja num micro-ondas ou lavá-la bem, enxaguar, com água quente e sabão. Mas não dá grande resultado: algumas bactérias desaparecem mas as mais resistentes ficam e multiplicam-se depois.

As bactérias mais preocupantes, mais associadas a doenças graves, são Escherichia coli, Salmonella e Campylobacter – todas são raras em esponjas.

Resumindo: mesmo tendo muitas e muitas bactérias, a grande maioria das bactérias nas esponjas não causa doenças. Apenas mudam o aroma da casa.

Escova

A situação agrava-se nas tais situações raras – mas que acontecem – em que aparece uma bactéria perigosa.

A Salmonella, por exemplo: a estrutura da esponja é um local ideal para esse patógeno crescer.

Um estudo realizado em 2022 colocou Salmonella nas esponjas; a bactéria prosperou. Mas quando adicionaram às escovas, as bactérias morreram.

Motivo provável para esta diferença: as escovas costumam secar de maneira mais eficaz entre as suas utilizações, matando as bactérias Salmonella. Já as esponjas, muitas vezes, continuam húmidas por dentro se forem usadas diariamente.

Além disso, os já mencionados poros e buraquinhos da esponja não são uma realidade nas escovas.

Proteger-se da esponja

Se insistir na esponja, o ideal seria – no que diz respeito a higiene e prevenção – substituir a esponja todas as semanas.

Se não quiser trocar tantas vezes, coloque a esponja na máquina da louça diariamente, ou coloque no micro-ondas até ver o vapor sair, ou coloque em água a ferver com desinfectante.

Ah, e não deixe a esponja a secar na pia. Isso é que é uma “festa” para as bactérias.

O microbiólogo Markus Egert resume: “Eu não usaria esponjas de cozinha. Na verdade, não faz sentido para mim usar esse utensílio dentro do ambiente de uma cozinha. Uma escova é muito melhor porque tem menos bactérias e seca com mais facilidade. Também é mais fácil limpar”.

ZAP //

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