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Descoberta nova espécie de tubarão pré-histórico que podia chegar aos sete metros

Uma nova espécie de tubarão pré-histórico foi descoberta no Kansas, nos Estados Unidos. Este predador podia crescer até quase sete metros de comprimento.

De acordo com a revista Newsweek, Kenshu Shimada, da Universidade DePaul, e Michael J. Everhart, da Universidade Fort Hays State, identificaram esta nova espécie a partir de 134 dentes, 61 vértebras, escamas e cartilagens calcificadas encontradas em rochas da Carlile Formation, nos Estados Unidos.

Os restos analisados datam do Cretáceo Superior, período entre 66 e 100 milhões de anos. Nesta altura, a América do Norte foi separada em duas partes pelo Mar interior ocidental.

Segundo a mesma publicação, esta nova espécie pertence ao género Cretodus, do qual havia quatro espécies conhecidas. O predador recentemente descoberto foi apelidado de C. houghtonorum e mais detalhes desta descoberta foram publicados, em novembro, no Journal of Vertebrate Paleontology.

“Este novo tubarão difere de todas as outras espécies conhecidas deste género por ter uma variedade distinta de dentes com formas únicas. A nossa análise mostrou que os dentes deste tubarão são diferentes (em tamanho e em forma) de qualquer outra espécie conhecida de Cretodus e que justificam o nome da nova espécie”, explica Everhart em comunicado.

Os investigadores afirmam que o C. houghtonorum era uma espécie grande, estimando que o espécime descoberto teria quase cinco metros de comprimento. No entanto, a sua análise também mostrou que a espécie poderia crescer até quase sete metros.

Relativamente à idade, o espécime analisado pelos investigadores norte-americanos mostra que morreu com cerca de 22 anos, mas a equipa acredita que a espécie poderia viver até aos 51 anos de idade.

Os cientistas dizem ainda que os tubarões recém-nascidos desta espécie teriam cerca de um metro, um “tamanho grande” que sugere que — tal como muitas espécies de tubarões que ainda vivem hoje em dia — os embriões comeriam os seus irmãos enquanto estavam no útero. Os investigadores dizem que isto mostra que o comportamento evoluiu no final do Cretáceo Superior.

Os fósseis do C. houghtonorum foram encontrados perto das barbatanas dorsais de um Hybodontiforme e dos dentes de um Squalicorax. Ambas eram espécies de tubarão mais pequenas e, com base na condição dos restos encontrados, sugerem que a nova espécie morreu logo depois de comer o Hybodontiforme, sendo que depois apareceu o Squalicorax e comeu a carcaça do tubarão maior.

Shimada e Everhart também observaram que a nova espécie provavelmente teria vivido ao lado do Cretoxyrhina mantelli, um dos maiores tubarões do Cretáceo Superior (poderia crescer mais de sete metros de comprimento e teria sido um predador alfa).

Os cientistas acreditam que as duas espécies poderiam ter vivido juntas uma vez que utilizavam ambientes diferentes — o C. houghtonorum ficava perto da costa e o C. mantelli em águas profundas e longe da costa “possivelmente representando um caso de particionamento de recursos entre as duas espécies”, concluíram.

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