Olesya Krivtsova, uma estudante universitária da cidade de Arkhangelsk, no norte da Rússia, enfrenta mais de 10 anos numa colónia penal por se ter oposto publicamente à guerra na Ucrânia nas redes sociais.
A jovem, de 19 anos, é acusada de “terrorismo” e repetidamente “desacreditar as forças armadas russas” nas publicações que fez na rede social russa VKontakte e no Instagram, relatou o Moscow Times.
As publicações incluíam uma lista de recomendações dirigidas aos soldados russos na Ucrânia que pretendiam render-se, originalmente publicadas pelas autoridades ucranianas, e fotografias de civis ucranianos mortos pelas tropas russas.
As autoridades russas foram informadas sobre as publicações de Olesya a partir de um relatório que foi apresentado por colegas da Universidade Federal do Norte da Rússia, que falaram com a jovem através do Telegram.
“Na audiência, mencionaram os nomes de duas pessoas que eu conhecia e que estavam nessa conversa. Na conserva essas pessoas estavam a discutir a melhor forma de apresentar uma denúncia: à polícia ou aos serviços de segurança”, disse Olesya numa entrevista ao Current Time.
Olesya foi detida em dezembro na sequência de uma busca policial ao apartamento de Akhangelsk que partilha com o seu marido. Durante a busca, um dos agentes terá tentado intimidar Olesya com uma marreta, uma arma utilizada para matar um desertor do grupo Wagner no mês anterior.
A jovem e o marido foram mais tarde informados de que a visita das autoridades foi uma “saudação do Wagner”.
Em janeiro, Olesya, que tinha sido colocada sob prisão domiciliária até 13 de fevereiro, foi acrescentava a uma lista de grupos e indivíduos designados por terroristas e extremistas.
“Sei perfeitamente que a minha liberdade pode realmente ser tirada. Posso realmente ser enviada não apenas para a prisão, mas para uma colónia penal”, disse Olesya na entrevista, publicada na segunda-feira.