Crise financeira grave no Cruzeiro, jogadores não apareceram para treinar e o presidente estava em Portugal.
O plantel do Cruzeiro não apareceu no treino marcado para a tarde desta quinta-feira. Na véspera, os jogadores já tinham avisado que iriam realizar uma greve por causa do atraso no pagamento de salários.
O clube de Belo Horizonte atravessa uma crise financeira grave e os jogadores admitiram, numa carta aberta, que esta é uma situação “desgastante e angustiante”.
Não há documentos, pelo menos públicos, que indiquem há quanto tempo os funcionários do Cruzeiro não recebem, mas os jogadores informam que chegaram a estar meio ano sem receber qualquer salário. O mês passado foi pago, parcialmente, mas há dívidas relativas a outros meses.
Há funcionários do emblema mineiro que estão a ser auxiliados financeiramente pelos futebolistas.
Devido a este cenário, os jogadores anunciaram e concretizaram uma greve – as excepções foram os quatro atletas lesionados, que apareceram nas instalações do clube para os devidos tratamentos médicos.
Também os juniores aderiram ao protesto e pararam os trabalhos durante um dia, pelos mesmos motivos.
Presidente em Portugal
Os protestos também surgem fora do clube: os adeptos não ficaram contentes porque o presidente Sérgio Santos Rodrigues esteve em Portugal ao longo desta semana.
O líder do Cruzeiro foi um dos convidados para a conferência Global Football Management, que decorreu no Estádio da Luz.
Sérgio Santos Rodrigues já voltou ao Brasil mas não falou sobre o assunto, ainda. Mas defendeu a sua presença em Portugal: “Este é um momento em que o Cruzeiro também precisa de mais de pessoas que querem vir aqui para ajudar o Cruzeiro e não aproveitarem-se do Cruzeiro, tal como fizeram ultimamente”.
Em Setembro, o presidente esteve em Espanha, num curso. O clube garantiu que foi o dirigente a pagar as viagens, a estadia e o próprio curso, “e cumprindo uma agenda que inclui compromissos de interesse do Cruzeiro”.