Jihadista luso-holandesa condenada a quatro anos e meio de prisão

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Terroristas com a bandeira do Estado Islâmico

Ângela Barreto voou para a Síria em agosto de 2014, tendo-se estabelecido no autoproclamado califado do Daesh, onde ficou até dezembro de 2020.

A jihadista luso-holandesa acusada de participar em organização terroristas e preparação e promoção de crimes terroristas foi condenada a quatro amos e seis medes de prisão, esta manhã no tribunal de Roterdão. No cálculo da pena, o juiz descontou o tempo que Ângela Barreto cumpriu de prisão preventiva nos Países Baixos. Segundo o jornal Expresso, o mesmo critério não foi aplicado ao tempo que passou no campo de detenção no na Síria para mulheres e filhos de jiadistas.

O juiz fez questão de relembrar que a jihadista viajou para a Síria em agosto de 2014, tendo-se estabelecido no autoproclamado califado do Daesh. Durante a sua estadia, que terminou em novembro de 2020, casou com três homens, entre eles Fábio Poças e Nero Saraiva. “Ela apoiou o seu primeiro e terceiros maridos. Ambos eram ativos em um grupo de atiradores do Daesh. Além disso, a suspeita fazia propaganda para o Daesh e possuía armas de fogo durante esse período. A suspeita também permaneceu na Síria até depois da queda do califado.”

Tida em consideração foi “a responsabilidade reduzida da acusada“, uma análise que os especialistas ouvidos no tribunal de Roterdão justificam com o facto de “as circunstâncias que levaram à saída da suspeita para a Síria serem menos atribuíveis a ela, em função da crescente ingenuidade e influência da suspeita durante esse período”.

O tribunal decidiu ainda impôr uma medida à arguida que visa controlar o seu comportamento. “A mulher é sensível às influências dos outros especialmente do parceiro, e parece motivada a enfrentar os seus padrões disfuncionais”, entende o tribunal.

Jeffrey Jordan, advogado da luso-holandesa, revelou que a sua constituinte lhe admitira “merecer um castigo e querer um veredicto honesto”. De acordo com o advogado, a mulher diz ter sido “forçada” a juntar-se à organização terrorista após chegar à Síria, país onde chegou “sem saber para o que ia e quando descobriu já era tarde demais”. Fez ainda saber que a jihadista tentou fugir por diversas vezes. “Ângela precisava de dinheiro, mas não tinha, e era difícil de fugir dali”, disse, citado pelo Expresso. O advogado afirmou ainda que a mulher, agora com 26 anos, já provou que “é uma grande mãe” e “uma vítima” do Daesh.

ZAP //

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