No meio da confusão, a Jerónimo Martins conseguiu um “marco histórico”

Inácio Rosa / Lusa

O presidente do conselho de administração do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos

Depois de Portugal, Polónia e Colômbia, grupo chega à Eslováquia. Logo no primeiro mês serão abertas cinco lojas.

Declaração de Luís Montenegro ao país, moção de censura, moção de confiança, queda do Governo à vista, receios sobre a economia a tremer… Mas foram acontecendo outras coisas. E uma delas foi um “salto” económico e estratégico importante para uma das maiores empresas do país.

A Jerónimo Martins entrou na semana passada no retalho alimentar da Eslováquia. O passo foi dado através da internacionalização da Biedronka, a maior cadeia de supermercados na Polónia.

Na quarta-feira foi inaugurado um centro de distribuição em Voderady, a cerca de 40 quilómetros de Bratislava, e a primeira loja em Miloslavov.

A entrada da Biedronka na Eslováquia é o primeiro passo de internacionalização dado por uma insígnia de retalho alimentar do grupo que detém as cadeias Pingo Doce (Portugal) e Ara (Colômbia). A Eslováquia é assim o quarto país onde a Jerónimo Martins opera, depois de Portugal, Polónia e Colômbia.

Na inauguração do centro de distribuição, o presidente do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, referiu que era um “dia muito importante” e que a empresa seleciona de forma criteriosa os países onde aposta.

A entrada na Eslováquia “tem um símbolo muito importante“, é “o ano em que a Biedronka faz 30 anos e que para nós é um orgulho atingir o que atingimos”, sublinha o presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos.

“É muito interessante esta entrada na Eslováquia, no fundo é a demonstração da maturidade que esta companhia tem e a importância de saber continuar a crescer e (…) mostrar o trabalho dos meus colegas todos”, prossegue o responsável, adiantando que o grupo trabalhou ano e meio para entrar neste mercado.

Além disso, destacou Jerónimo Martins em comunicado, este foi um “marco histórico por se tratar da chegada de um novo ‘player’ ao mercado eslovaco nos últimos 20 anos“.

“Estamos aqui para aprender com os consumidores eslovacos”, salientou Pedro Soares dos Santos, que defendeu que sem consumidores fortes, companhias fortes e relações fortes “não há negócio” para ambos os lados.

Salientou ainda que o crescimento está no “ADN” do grupo.

Na inauguração da primeira loja, que “está no satélite” da capital, como referiu Maciej Lukowski, várias dezenas de pessoas aguardaram o corte da fita para poderem entrar na loja, desde mães com crianças nos carrinhos, até pessoas em cadeira de rodas, como constatou a Lusa no local.

A loja tem 1.250 metros quadrados, com a área de venda a representar 850 metros quadrados, segundo o presidente executivo.

Trazemos da Polónia o conceito da loja“, das lojas mais modernas, mas há “adaptações ao mercado local”, acrescentou.

Neste tipo de loja trabalham normalmente cerca de 20 pessoas.

O presidente executivo (CEO) da Biedronka Eslováquia disse, em entrevista à Lusa, que o investimento previsto na Eslováquia é de cerca de 75 milhões de euros até ao final de 2025 e este mês são abertas cinco lojas.

O grupo registou vendas de 33.465 milhões de euros em 2024, um aumento de 9,3%, sendo que a cadeia polaca Biedronka obteve um crescimento de 9,6% para 23.570 milhões de euros, o Pingo Doce subiu 4,5% para 5.073 milhões de euros e a Ara avançou 17% para 2.850 milhões de euros.

As vendas do Recheio subiram 1,9% para 1.357 milhões de euros e as da Hebe cresceram 24,3% para 583 milhões.

Os resultados anuais são divulgados a 19 de março.

ZAP // Lusa

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