Jeremy Corbyn reintegrado no Partido Trabalhista após caso sobre antissemitismo

steven.eason / Flickr

O ex-líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn

O antigo líder do Partido Trabalhista anunciou, esta terça-feira, que foi reintegrado na força política da oposição no Reino Unido, depois de uma suspensão de três semanas, uma decisão que foi amplamente criticada pela comunidade judaica.

“Estou satisfeito por ter sido reintegrado no Partido Trabalhista e gostava de agradecer aos elementos do partido, aos sindicalistas e a todos os que ofereceram solidariedade”, escreveu Jeremy Corbyn na sua conta do Twitter.

O antigo líder do partido apelou também à união do movimento para combater o atual Governo Conservador, que considera ser “altamente prejudicial” para o país.

Contudo, a reintegração do antigo líder do Partido Trabalhista foi criticada pela comunidade judaica. Recorde-se que Corbyn foi suspenso, durante três semanas, depois de ter dito que o problema de antissemitismo do partido tinha sido “dramaticamente exagerado” por razões políticas.

Em causa estava um relatório, resultado de uma investigação que durou 16 meses, que diz ter encontrado “falhas significativas na forma como o Partido Trabalhista lidou com as queixas de antissemitismo nos últimos quatro anos” durante a liderança de Corbyn.

Em causa estão processos internos contra militantes e dirigentes acusados de declarações discriminatórias contra judeus, que os críticos e vítimas queixam-se de não terem sido concluídos nem resultado no castigo ou expulsão dos responsáveis.

Entretanto, Jeremy Corbyn retratou-se e disse que as preocupações de antissemitismo no Partido Trabalhista não eram “exageradas” e que o partido “nunca deveria tolerar o antissemitismo ou menosprezar preocupações” sobre o assunto.

Depois da divulgação do relatório da Comissão dos Direitos Humanos, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, prometeu “uma mudança de cultura” naquela força política, acrescentando que não haveria “mais negações ou escusas”.

Contudo, a decisão foi criticada pelo Movimento Trabalhista Judaico, que considerou que Corbyn foi “despachado” pelo comité que decidiu a reintegração.

“Mais uma vez, encontramo-nos na posição de ter de lembrar ao Partido Trabalhista que Jeremy Corbyn não é uma vítima do antissemitismo do partido. Os judeus é que são“, acrescentou o grupo, em comunicado citado pela Associated Press.

A legisladora dos trabalhistas, Margaret Hodge, disse, também através do Twitter, que este é “um desfecho desfeito de um sistema desfeito”.

“Não consigo compreender porque é que é aceitável Corbyn ser um deputado do Trabalhista se acha que o antissemitismo é exagerado e um ataque político, recusa pedir desculpa, nunca assume responsabilidade pelas suas ações e rejeita as conclusões” do relatório, acrescentou Margaret Hodge.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.