O ex-dirigente do partido de extrema-direita Frente Nacional, pai de Marine Le Pen, que concorreu contra Emmanuel Macron às presidenciais francesas, é acusado de fazer uma alusão aos campos de extermínio nazis.
Jean-Marie Le Pen, o presidente de honra do partido de extrema-direita Frente Nacional, vai a julgamento por incitação ao ódio racial, depois da polémica declaração feita em 2014, segundo divulgou na terça-feira a imprensa francesa, citada pela Sábado.
O pai de Marine Le Pen vai sentar-se no banco dos réus por comentários e críticas ao cantor francês de origem judaica Patrick Bruel, avançou a agência Lusa.
Le Pen, de 89 anos, deverá comparecer no Tribunal Correcional de Paris com o vice-presidente da Frente Nacional, Jean-François Jalkh, o diretor da página na Internet onde as declarações do ex-dirigente foram divulgadas.
O patriarca da família Le Pen criticou, em 2014, num vídeo divulgado na página online da Frente Nacional, artistas que se opõem às ideias defendidas pelo partido francês, como foi o exemplo de Madonna.
“Ouça, faremos uma fornada da próxima vez”, disse Le Pen, citando o nome de Patrick Bruel. As suas palavras foram interpretadas como uma alusão aos campos de extermínio nazis, resultando na reprovação da própria filha.
Jean-Marie Le Pen foi acusado em Fevereiro, tendo afirmado que a sua referência ao “forno” não tinha “obviamente nenhuma conotação antissemita, exceto para os inimigos políticos ou imbecis“.