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Já é possível praticar o despedimento de alguém em realidade virtual

This is Engineering / Flickr

Realidade Virtual no escritório

Barry tem um único objetivo na vida: ouvir pacientemente e protestar ou soluçar um pouco enquanto o despedem de um trabalho imaginário, através da realidade virtual.

A nova tecnologia foi criada pela Talespin, uma empresa que oferece formação em realidade virtual no local de trabalho, segundo a MIT Technology Review.

Barry e outras personagens na realidade virtual foram desenvolvidos para ajudar a ensinar às pessoas “soft skills” de gestão — tais como como despedir alguém sem causar uma cena.

Se for demasiado agressivo com Barry, ele vai colocar a cabeça nas mãos, e outros passos em falso vão fazer com que grite.

Pode parecer um método de aprendizagem um pouco bizarro, mas a realidade virtual está a ganhar terreno como ferramenta de treino.

A tecnologia pode proporcionar um sentido de realismo acrescido, que auxilia o processo de aprendizagem, e permite que as pessoas pratiquem coisas que, de outra forma, seriam impossíveis.

A realidade virtual é utilizada para ensinar as pessoas a realizar tarefas de segurança, por exemplo. Mas também é cada vez mais utilizada para formar novos funcionários em locais como Walmart e Chipotle.

Esta tendência pode espalhar-se por vários escritórios nos próximos anos. “Estamos a assistir ao interesse repetido em criar produtos de formação relativos a competências de entrevista, conversas difíceis, venda consultiva, avaliações de desempenho, e melhores práticas de inclusão, para citar algumas”, sublinha Kyle Jackson, CEO da Talespin.

Computadores e algoritmos são por vezes utilizados para monitorizar a produção e o desempenho dos trabalhadores.

Mas embora seja comum pensar que as aptidões sociais e emocionais estão isentas desta automatização, Barry sugere o contrário.

“As soft skills estão classificadas como sendo das mais importantes para qualquer organização, quando discutem as suas necessidades para um trabalho futuro”, realça Jackson. “Não vemos isto a abrandar tão cedo“.

O problema de Barry e outras personagens virtuais é que a sua eficácia depende de quão convincentes eles são. Barry parece bastante realista para um avatar, mas Jackson diz que a personagem segue um guião definido — por isso não pode interagir de uma forma muito natural.

Os avatares comportam-se de forma mais natural se forem alimentados pela aprendizagem mecânica — mas vai demorar muito tempo até que estes personagens respondam à linguagem corporal de forma realista.

“Se não for capaz de escapar à noção de que não é uma pessoa real, não vai necessariamente ser transferida”, explica Danielle Levac, professora da Universidade Northeastern, especializada na utilização da realidade virtual.

Alice Carqueja, ZAP //

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