O que une Ivo Rodrigues (Famalicão) a Alexander-Arnold (Liverpool)?

Peter Powell / EPA

Trent Alexander-Arnold e Jordan Henderson (Liverpool)

A rapidez, a perspicácia, a inteligência de jogo. Foram anti-antijogo e resultou, nos dois casos.

As paragens de jogo longas, demasiado longas, no futebol já têm sido assunto por cá.

Demora-se (muito) a fazer um lançamento, a cobrar um livre, a marcar um canto…

Pegámos num exemplo de um jogo no Brasil em que se demorou quase 3 minutos só para cobrar um livre.

Os jogadores não deixam o adversário marcar logo o livre, protestam uns com os outros, discutem com o árbitro, o árbitro “dá troco” e ainda vai colocar o spray.

E o que acontece quando se combate esse antijogo de forma rápida e eficaz?

Recuemos a Maio de 2019. O Liverpool recebeu o Barcelona, venceu por 4-0 e ficou na memória o último golo: quando a bola saiu pela linha final e originou um pontapé de canto, estavam todos “a dormir” como o costume; todos menos dois…

Alexander-Arnold e Origi: o primeiro olhou rapidamente para a área e viu que o segundo estava sozinho e a olhar para a bola, quando quase todos os defesas do Barcelona estavam de costas para a bola. Nem o guarda-redes estava a olhar para a bola. Todos à espera que o canto demorasse a ser cobrado (como quase sempre).

Desta vez não demorou. Até ia demorar, com Shaqiri a ir com calma para junto da bola; mas Alexander-Arnold reparou logo nessa falha global do Barcelona, assistiu Origi e foi golo do Liverpool.

Praticamente quatro anos depois, recordamos esse momento por causa do jogo entre FC Porto e Famalicão, vencido pelos portistas por 3-2.

Aos 74 minutos, Jaime fez o 1-2 para o Famalicão. Mas o protagonista aqui é Ivo Rodrigues: um livre, ainda no meio-campo do Famalicão, iria demorar a ser cobrado (Taremi tentou mesmo atrasar o regresso à bola corrida), mas Ivo antecipou-se, olhou, recorreu à visão de jogo e à rapidez – e à perspicácia – viu Jaime isolado do lado esquerdo e deu golo. Com quase toda a defesa do FC Porto parada, ainda.

Curiosidade: os dois jogos eram meias-finais. No caso do Liverpool, o tal golo de Origi deu mesmo a presença na final da Liga dos Campeões. No caso do Famalicão, deu o empate na meia-final da Taça de Portugal, mas num duelo que não fechou com vitória minhota.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.