Afinal, Israel quer “controlo total” de Gaza após derrotar o Hamas

“Israel exercerá um controlo de segurança total sobre Gaza, com total liberdade de ação”, promete ministro da Defesa israelita.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, garantiu esta terça-feira que Israel deve ter “um controlo de segurança total” sobre a Faixa de Gaza no final da guerra em curso no território palestiniano.

“Depois de eliminar o poder militar e governamental do Hamas em Gaza, Israel exercerá um controlo de segurança total sobre Gaza, com total liberdade de ação, tal como aconteceu na Judeia e Samaria [o nome que Israel dá à Cisjordânia, o território palestiniano que ocupa desde 1967]”, escreveu Katz na rede social X, esclarecendo, no entanto, tratar-se da uma posição pessoal.

“Não vamos permitir nenhuma organização contra as comunidades israelitas e cidadãos israelitas vinda de Gaza. Nós vamos permitir um regresso à realidade anterior ao 7 de outubro”, rematou.

Posicionamento oposto ao do antecessor

A futura governação da Faixa de Gaza tem sido objeto de especulação desde há meses em Israel, nos Territórios Palestinianos e na comunidade internacional.

O antecessor de Katz, Yoav Gallant, opôs-se firmemente a qualquer controlo israelita duradouro da Faixa de Gaza após a guerra.

“Não aceitarei o estabelecimento de uma administração militar israelita em Gaza, Israel não deve ter controlo civil sobre a Faixa de Gaza”, afirmou Gallant em maio.

“Os palestinianos vivem” na Faixa de Gaza, […] em consequência, os palestinianos vão governá-la no futuro. O futuro governo de Gaza deve ser proveniente da Faixa de Gaza e baseado nas forças que não ameaçam o Estado de Israel”, prosseguiu Gallant, que apelou na altura ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que assumisse um compromisso nesse sentido.

No entanto, em novembro, Netanyahu demitiu Gallant, devido a divergências sobre a condução da guerra em Gaza, e nomeou Katz.

O atual ministro da Defesa é considerado por comentadores políticos israelitas como sendo mais inclinado a adotar as posições de Netanyahu, segundo a AFP.

O exército israelita ocupou a Faixa de Gaza de 1967 a 2005, altura em que se retirou unilateralmente, desalojando, por vezes à força, os colonos israelitas que se tinham mudado para o enclave palestiniano.

O grupo extremista Hamas, que venceu as eleições legislativas palestinianas de 2006, tomou o poder em Gaza em 2007, após meses de confrontos com outros movimentos políticos, incluindo a Fatah, do Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas.

ZAP // Lusa

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