“O aumento do risco de mortalidade não se deve apenas à demência em si, mas também a todo um conjunto de outras influências”, segundo novo estudo.
Irmãos de pacientes com Alzheimer tendem a ter uma vida mais curta, de acordo com um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia do Sul e publicado na Alzheimer’s and Dementia, que recorreu a dados de gémeos.
Num comunicado divulgado pela própria universidade, os investigadores relatam, no entanto, que esperavam um resultado diferente: que, em gémeos onde um desenvolvesse demência e o outro não, a diferença na expectativa de vida fosse exatamente como se observa em pessoas sem ligação parental.
“Presumimos que a razão pela qual uma pessoa que desenvolveu demência tem uma esperança de vida reduzida é porque a demência conduz a outras condições médicas que afetam a mortalidade. O que estamos a ver, em vez disso, é que o aumento do risco de mortalidade não se deve apenas à demência em si, mas também a todo um conjunto de outras influências“, apontam os autores.
Gémeos idênticos partilham 100% do seu genótipo, enquanto gémeos dizigóticos (e irmãos completos) partilham cerca de 50% do seu genótipo. Além disso, muitos gémeos partilham o mesmo ambiente enquanto crescem, ambiente esse que geralmente inclui fatores como exposição precoce à mesma poluição, dieta, educação e atividades físicas, explicam os investigadores.
90 pares de gémeos idênticos e 288 pares de gémeos não-idênticos foram analisados; em todos os casos, um dos gémeos foi diagnosticado com demência, enquanto o outro não.
O estudo mostrou ainda que quando um gémeo idêntico é diagnosticado com demência, o seu irmão tende a ter uma expectativa de vida igualmente reduzida.
Os resultados sugerem que a demência não é a única causa da redução da expectativa de vida. Parece entrar em jogo uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Partindo desse pressuposto, os investigadores salientam a importância de uma alimentação saudável, exercícios físicos e uma educação adequada.
// CanalTech