Foram ao Iraque e voltaram com peças arqueológicas inéditas da Idade do Bronze

CEAACP

Investigadores da Universidade de Coimbra estiveram Curdistão Iraquiano, com dados inéditos sobre o início da Idade do Bronze na Mesopotâmia.

Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) foram ao Iraque e voltaram com achados arqueológicos inéditos.

Uma equipa de investigação do Centro de Estudos em Arqueologia Artes e Ciências do Património (CEAACP) da UC esteve em nova missão no Curdistão Iraquiano.

E regressou com dados inéditos sobre o início da Idade do Bronze na Mesopotâmia. São novas informações sobre a história das primeiras comunidades que habitaram esta região há 5.000 anos.

Este Projeto Arqueológico de Kani Shaie (KSAP), em colaboração com a Universidade de Cambridge, trouxe novidades daquele local, anunciam os especialistas.

“Sabemos agora que em Kani Shaie terá existido um grande edifício circular, do qual por agora só se conhece uma pequena parte. Ainda assim, é possível perceber que seria utilizado para o armazenamento de cereais e leguminosas, estando associado a várias estruturas de combustão, que sugerem também a preparação de alimentos”, revelam os investigadores, em comunicado enviado ao ZAP.

Kani Shaie fica no sopé dos Montes Zagros. Durante milénios, terá sido um importante ponto de passagem nas rotas que interligavam a planície Mesopotâmica e as terras altas – seriam parte da Rota da Seda, mais tarde.

Foram descobertas impressões de selos, mas também com algumas novidades: dois selos cilíndricos, artefactos raros que funcionavam como carimbos para lacrar contentores cerâmicos e portas, através da passagem sobre uma superfície de argila ainda húmida.

“Um desses selos, com cinco mil anos, permite desafiar a visão tradicional sobre o final do quarto milénio a.C., sugerindo que, pelo menos nesta região da Mesopotâmia, as estruturas sociais e políticas que floresceram com a invenção da escrita se mantiveram, contrariando a teoria de um colapso civilizacional”, continuam os investigadores.

Numa outra área de escavação, a equipa de investigação descobriu “um edifício complexo datado do período entre a queda do Império Neo-Assírio e a passagem de Alexandre, o Grande”.

O próximo passo em Kani Shaie será identificar um selo Neo-Assírio em faiança (uma louça fina de barro esmaltado ou vidrado), que aponta para a existência de estratos importantes por explorar.

E sim, numa região que atravessa uma fase ainda mais delicada a nível político e militar, a equipa quer continuar a investigar.

ZAP //

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